Depois de sofrer problemas de saúde que provocaram uma ausência de vários eventos, a rainha Elizabeth II, de 95 anos, fez nesta terça-feira (29) sua primeira grande aparição pública em quase seis meses, durante uma missa em Londres para homenagear seu falecido marido, o príncipe Philip.
A saúde da rainha, que em fevereiro completou 70 anos no trono e em 21 de abril fará 96 anos de idade, é motivo de preocupação desde que os médicos obrigaram-na a manter repouso em outubro de 2021, e ela ficou uma noite internada para fazer "exames" que nunca foram especificados.
Nos últimos meses, ela desistiu de participar de vários eventos relevantes, foi vista caminhando com a ajuda de uma bengala e admitiu ter dificuldades de deslocamento.
Nesta terça-feira a rainha chegou à Abadia de Westminster ao lado do filho Andrew, que também fez sua primeira aparição pública após o acordo com a americana Virginia Giuffre, que o acusava de agressão sexual.
Elizabeth II não entrou pela porta principal, e sim por uma entrada alternativa para encurtar o trajeto. Uma vez dentro da abadia, ela caminhou com passos lentos para sua cadeira ao lado do filho mais velho, o príncipe Charles, herdeiro do trono.
Ao lado deles estavam a esposa de Charles, Camilla, e a princesa Anne, vestida como a rainha de verde escuro, o que foi interpretado como um aceno às cores do duque de Edimburgo.
A rainha se levantou diversas vezes e deu alguns passos ao final da cerimônia para cumprimentar alguns convidados, antes de deixar o templo.
A lista de convidados da cerimônia incluiu integrantes de várias casas reais de monarquias da Europa e do Oriente Médio.
A missa desta terça-feira teve um caráter muito pessoal, pois homenageia o homem com quem esteve casada por 73 anos e que ela chamava de sua "rocha".
Philip faleceu em 9 de abril de 2021, aos 99 anos. Devido à pandemia, apenas 30 convidados compareceram a um funeral restrito que deixou a imagem impactante de uma rainha sentada completamente sozinha.
Ao recordar o olhar "travesso" e o "sorriso familiar" de Philip, a monarca admitiu, em sua mensagem de Natal, que sentia muita falta do marido.
A morte de Philip deixou um "enorme vazio" na vida de Elizabeth II, que agora tem que enfrentar sozinha as incessantes crises que abalam a popularidade da realeza.
Seu terceiro filho, Andrew, de 62 anos, concluiu recentemente um acordo financeiro milionário em um processo civil nos Estados Unidos por agressão sexual contra uma menor.
O grande ausente nesta terça-feira foi o príncipe Harry, de 37 anos, que abalou a família real quando ele e sua esposa, Meghan, anunciaram em 2020 que abandonariam as funções reais e se mudariam para a Califórnia, nos Estados Unidos.
Há um ano, Harry viajou sozinho para o funeral do avô. Desta vez, decidiu não fazer este deslocamento, devido a uma divergência com o governo britânico por sua recusa a oferecer proteção policial oficial.
Se, em uma explosiva entrevista em 2021, Harry e Meghan acusaram a família real de racismo, o passado colonial da monarquia e seu envolvimento histórico no tráfico de escravos também ofuscou a recente viagem do príncipe William, de 39 anos, e sua esposa, Kate, por ex-colônias britânicas do Caribe.
A viagem pretendia enviar um sinal forte na véspera do jubileu de platina - as celebrações pelos 70 anos de reinado - de sua avó, mas foi marcada pelos protestos dos manifestantes que exigem um pedido de desculpas pelo passado escravista britânico.
As grandes festividades do jubileu, de 2 a 5 de junho, tentarão reacender o amor dos britânicos por sua monarquia. Antes, porém, é possível que Elizabeth II delegue a seu filho Charles, de 73 anos, o tradicional discurso que abre o ano parlamentar, marcado para 10 de maio e que também pode ser evitado devido a sua saúde.