Devido ao coronavírus, preços de insumos chegam a subir 10 vezes

Uma máscara modelo N95, que custava menos R$ 3 agora é adquirida por R$19
Amanda Rainheri
Publicado em 23/04/2020 às 19:17
. Foto: JURAJ VARGA/PIXABAY


A alta demanda por insumos e equipamentos para o atendimento e tratamento de pacientes com diagnóstico ou sintomas do novo coronavírus (covid-19) fez com que os preços dos produtos disparassem. Uma máscara modelo N95, por exemplo, era adquirida pelo poder público por menos de R$ 3 antes da pandemia. Hoje, chega a custar R$ 19.
 

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Além das máscaras N95, modelo mais sofisticado de proteção respiratória, as máscaras cirúrgicas também tiveram o preço afetado, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES). De R$ 0,60, passaram a custar mais de R$ 2. Entre os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), a SES ainda destacou o aumento do valor dos aventais utilizados por profissionais da saúde, que custavam entre R$ 2 e R$ 3 antes da pandemia e hoje são encontrados no mercado por R$ 10.

Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (23), o secretário de saúde do Estado, André Longo, lamentou a escalada de preços e a dependência da importação de materiais e equipamentos de outros países, como a China. "É lamentável a escalada de preços nesta pandemia. A dependência da China vai precisar ser revista depois desta pandemia. É uma lição que teremos que aprender. A indústria nacional de equipamentos médicos precisa de incentivos e estímulo, para que não fiquemos de joelhos pedido a outras potências econômicas que nos atendam. Acabamos tendo que nos curvar diante de preços abusivos para salvar vidas."

O secretário ainda lamentou os investimentos em ciências e tecnologia no País. "Temos um dos piores balanços comerciais na área da saúde. Temos U$ 10 bilhões de déficit anuais, o que indica a dependência de importação. O governo federal deve ditar uma política que atente para isso."

Secretário de saúde do Recife, Jailson Correia endossou a fala. "Temos pequenos investimentos ao longo de décadas, um problema gravíssimo de dependência. Se chega a pagar 5 e até 10 vezes mais para comprar insumos. O País precisa investir em ciência e tecnologia. A falta de desenvolvimento tecnológico cobra um preço. Essa é uma das lições que precisam ser duramente aprendidas."

Leitos privados


Não só os insumos e equipamentos aumentaram de preço durante a pandemia. Com média de 90% dos leitos destinados à covid ocupados no Estado (97% de UTI e 80% de retaguarda), Pernambuco tem apostado na utilização de leitos da rede privada para atender pacientes com diagnóstico confirmado ou sintomas do novo coronavírus e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). De acordo com André Longo, o custo dos leitos de UTI, que antes da pandemia custavam R$ 1 mil por dia, duplicaram de preço, passando para R$ 2 mil por diária.

"Estamos realizando uma série de reuniões capitaneadas pelo Sindicato dos Hospitais junto à rede privada para estabelecer patamares de remuneração de leitos privados, para que sejam utilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Temos um conjunto de leitos à disposição em hospitais que, inclusive, nunca tiveram a tradição de atender o SUS, como os hospitais Santa Joana, São Marcos e Albert Sabin", detalhou Longo. Segundo ele, a negociação diz respeito aos leitos ociosos, já que as unidades de saúde têm enfrentado a alta demanda por leitos de pacientes com plano de saúde.

Casos confirmados

Pernambuco registrou 306 novos casos do novo coronavírus (covid-19) entre a quarta (22) e a quinta-feira (23). Trinta novos óbitos pela doença também foram registrados, de acordo com a SES. Com os novos números, passam para 3.604 o número de casos confirmados no Estado, com 312 óbitos.

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O que é coronavírus?


Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?


O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Evitar contato próximo com pessoas doentes.
- Ficar em casa quando estiver doente.
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
- Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
- Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Confira o passo a passo de como lavar as mãos de forma adequada

 

 

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