Nesta quinta-feira (18), primeiro dia de quarentena mais rígida em Pernambuco, poucas irregularidades foram encontradas pelo Procon, durante fiscalizações. De acordo com o órgão, a maior parte das lojas notificadas estava funcionando em formato de delivery, mas com as portas entreabertas.
Na Rua da Concórdia, no Centro do Recife, lojas de manutenção e assistência técnica estavam abertas, e precisaram ser notificadas, enquanto um estabelecimento de equipamentos musicais foi orientado a baixar as portas. Já na Rua Duque de Caxias, também no Centro, a equipe de fiscalização precisou pedir a uma loja de cama, mesa e banho que fechasse as portas.
- Veja imagens da volta para casa no Recife no primeiro dia de quarentena
- Quarentena em Pernambuco domina debate na Alepe; Veja posicionamento dos deputados
- Superlotação no pico e ausência de passageiros nos outros horários. Assim foi o primeiro dia de quarentena no Grande Recife
- No 1º dia de quarentena mais rígida, Pernambuco registra alta na média móvel de casos e mortes por covid-19
Além do Procon, a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar (PM) participaram da ação de fiscalização nesta quinta.
Aglomeração em Prazeres
Na Feira de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, apesar do comércio não essencial ter fechado as portas, como determina o decreto, centenas de pessoas — muitas sem máscaras — tomaram as ruas do local para fazer compras nas barracas de vendas na manhã desta quinta-feira (18), segundo flagrou a reportagem do JC.
Nestes pontos, não foram vistos agentes de fiscalização, e nem no Mercado Público de Cavaleiro, também em Jaboatão dos Guararapes, onde o cenário, apesar de menos cheio de gente, era semelhante. Em Piedade, a movimentação era tranquila. Pelas ruas do bairro, passava uma pessoa ou outra, de forma pontual.
No Recife, no bairro de Beberibe, na Zona Norte, boa parte do comércio amanheceu com as portas fechadas. Apenas lojas autorizadas pelo decreto estavam abertas. Em Água Fria, foram registradas cenas de desrespeito às normas. Ao perceberem que estavam sendo filmados, comerciantes de serviços não essenciais baixaram a porta dos estabelecimentos.
No Centro da capital pernambucana, que normalmente é bastante movimentado, as ruas ficaram vazias. A maioria dos comerciantes acatou o decreto, mas também houve flagrantes de descumprimento à decisão estadual. Apesar de haver policiamento na área, papelaria, lojas de tecido e de venda de máscaras insistiram em permanecer abertas.
No Mercado de São José, os boxes estavam fechados. A mesma situação aconteceu na maioria das lojas da Rua das Calçadas.
No transporte público, a Estação Recife registrou um número de passageiros abaixo do normal por volta das 7h. Durante a chegada de um trem, foi possível notar que o meio de transporte contava com algumas pessoas em pé, mas em número bem menor que o visto em dias comuns. Mas na Estação Camaragibe o cenário era o inverso. Muita gente se amontoando nas plataformas, sem respeito ao distanciamento. Usuários reclamaram da demora dos trens.
Por nota, a CBTU Recife não explicou a aglomeração na Estação, apenas pediu que o público evitasse usar os trens no horário de pico e informou que foi montada uma estratégia de acompanhamento para o primeiro dia de restrições devido à Covid-19, e que a empresa, junto de todos os seus supervisores e gestores, esteve monitorando o fluxo de usuários do sistema desde as 5h. "Este acompanhamento visa suprir a CBTU Recife, de informações para possíveis ajustes na operação dos trens. Em relação à frota de trens e intervalo, a CBTU Recife esclarece que mantém a mesma estratégia inicial da pandemia."