com informações do repórter Michael Carvalho, da TV Jornal
As últimas horas não vêm sendo fáceis para o pedreiro José Cláudio Batista, que viu a casa em que morava há 15 anos na 1ª Travessa da Chapada do Araripe, na comunidade Jardim Monte Verde, no Ibura, Zona Sul do Recife, ser destruída após o deslizamento de barreira na madrugada desta segunda-feira (12). O incidente também deixou a filha de José, uma adolescente de 14 anos, soterrada. Quem a encontrou foi o próprio pai. Ela precisou ser socorrida para a Unidade de Pronto Atendimento da Lagoa Encantada (UPA), também no Recife, e em seguida foi transferida para o Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, com escoriações na cabeça e na perna.
O pedreiro, que está desempregado, pede ajuda para conseguir um local para dormir e se alimentar. "Não tem mais condições de morar aqui depois disso (...) Peço uma cesta básica, um lugar para ficar. O que vier eu agradeço", afirmou.
- Pedreiro relata desespero ao salvar filha após deslizamento de barreira no Recife: "comecei a cavar com as unhas"
- Por causa das chuvas, Pernambuco registra deslizamentos de solo e de partes de barreira nas últimas horas
- Fim de semana de chuva inunda parte da Avenida Agamenon Magalhães, no Recife; motoristas enfrentam transtornos
- Chuva forte alaga trecho da BR-232 e deixa autoridades em alerta em Pernambuco
José Cláudio morava no imóvel com a família, mas, como o local ficou totalmente destruído, ele conta que não sabe para onde vai. "Agora, eu não sei onde vou passar a noite. A casa do meu irmão é pequena, não tem condições. Para ficar com quatro pessoas não dá", relatou.
Os interessados em doar devem entrar em contato com o filho de José Cláudio, José Kaique, pelo número: 81 98899 9398. O número também é WhatsApp.
De madrugada, quando notou que a filha estava desaparecida, o pedreiro entrou em desespero. "Eu percebi que minha filha estava presa por causa do estrondo. Eu procurei ela, mas não encontrei. Quando tudo desceu eu procurei. Então, perguntei ao meu filho: 'meu filho, onde está sua irmã?'. Ele me respondeu dizendo que não sabia. Eu me desesperei na hora. Comecei a cavar, gritei por ajuda, um vizinho desceu e começou a cavar comigo. Eu encontrei o cabelo dela, depois o pé. A sensação na hora foi de uma alegria enorme. Deus me deu essa alegria. Antes eu pensava que ela estava morta porque tinha muito entulho em cima", revelou.