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Baixo movimento, protocolos e viagens ao encontro da família marcam véspera de São João no TIP do Recife

Mesmo com o crescimento da demanda, a quantidade de passageiros no TIP Recife não se compara aos anos em que a covid-19 não era um problema. Terminal opera hoje com cerca de 60% da capacidade habitual

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Katarina Moraes

Publicado em 23/06/2021 às 12:36 | Atualizado em 23/06/2021 às 13:11
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Na semana do São João, o Terminal Integrado de Passageiros (TIP), no bairro do Curado, Zona Oeste do Recife, viu o movimento aumentar. Todavia, segundo a administração do terminal, mesmo com o crescimento da demanda, a quantidade de passageiros não se compara aos anos em que as festas juninas podiam ser comemoradas em conjunto, com muita música, comida e aglomeração. A pandemia da covid-19 e as necessárias medidas de proteção sanitária continuam afetando a demanda de ônibus no equipamento, que hoje opera com cerca de 60% da capacidade habitual.

“O movimento vem crescendo desde segunda-feira, sem dúvidas. Não pudemos fazer uma expectativa de público, porque seria irreal. Com a pandemia, não sabemos como as pessoas vão reagir, mas havia expectativa desse crescimento por ser uma festa muito 'família' e mais tradicional do nordestino, em que as pessoas vão para os locais de origem”, explica o diretor-presidente da Empresa Pernambucana de Transporte Intermunicipal (EPTI), Antônio Cavalcanti Jr.

Apesar do aumento do movimento no TIP no período que antecede o São João, quem está acostumado a viajar na data sente a diferença. “Está bem diferente, parado. A gente fica triste, por um lado, porque é um período de festa, mas feliz no sentido de que as pessoas realmente estão com consciência e não estão indo para festas. Um ou outro está indo para a casa de seus familiares”, conta a psicóloga Fabiana Couto, de 48 anos, que esteve no terminal na manhã desta quarta-feira (23) em direção à cidade de Bonito, no Agreste do Estado, para a casa da irmã.

A percepção foi a mesma para a doméstica Maria Soraia de Lira, 53, que estava indo em direção à Capital do Forró, Caruaru, no Agreste, encontrar a mãe. “No TIP, neste ano, está bem diferente, porque a movimentação normalmente é grande no São João, mas hoje está calmo e tranquilo”, comenta. E também para o vendedor Valério Oliveira, 38. “Achei o movimento muito tranquilo, calmo, sem aglomeração, poucas pessoas. Acho que o pessoal já viajou bem antes, ou resolveu ficar em casa mesmo por causa da pandemia”, avalia.

YACY RIBEIRO/JC IMAGEM
VIAGEM - Movimentação no TIP na véspera de São João. - YACY RIBEIRO/JC IMAGEM

O diretor-presidente da EPTI conta ter pedido para as empresas incluírem ônibus extras nas principais linhas para suprir a demanda do feriado. “Houve um aumento de 10% no número de ônibus. Antes, o sistema vinha operando com 50% da capacidade que sempre operou”, diz. Ele afirma, ainda, que tanto as empresas, como os terminais, seguem todos os protocolos sanitários exigidos, como “distanciamento, máscara, álcool em gel e higienização”.

Os cuidados foram notados por Valério. “Acho que as medidas de segurança estão sendo executadas. Quando a gente entra, medem a temperatura e colocam álcool em gel. Percebi que as pessoas estão usando a máscara”, nota. Ele vai passar o São João com os familiares em Primavera, na Zona da Mata, sem sair de casa por causa do novo coronavírus. “Vai ser uma comemoração em família, devido à covid, vamos só ficar reunidos eu, meu irmão, meus sobrinhos e minha filha”, relata.

Já o enfermeiro Márcio de Melo, 30, disse ter visto pessoas sem máscara do TIP. “Alguns protocolos são cumpridos, mas nem todo mundo segue a regra. Vi pessoas sem máscara”, diz. Ele, que vai para Caruaru, também notou uma queda na movimentação terminal em comparação aos anos sem pandemia. “A movimentação está bem inferior à desse período nos últimos anos. Quando não tinha pandemia, o movimento era mais intenso.”

Também com a intenção de rever a família viaja a psicóloga Wedja Pessoa de Melo, 49. “Estou indo para Vitória de Santo Antão, para casa da minha mãe. Vou passar o São João lá, não vou para festa, nem nada. É só para ficar com ela mesmo, só para comer comida de milho, essas coisas que ela gosta de fazer. No sábado eu volto”, afirma.

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