O novo ataque de tubarão registrado nesse domingo (25) acontece dias após o pesquisador Jonas Rodrigues, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), pedir a interdição desse e de outros trechos com incidentes recorrentes do Grande Recife. O especialista, que é uma das principais vozes sobre incidentes com tubarão no Estado, encaminhou um laudo técnico ao Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), segundo a coluna Ronda JC.
"Trata-se de uma medida que requer cautela. Mas é uma das soluções mais eficazes no momento. A medida precisa ser avaliadas para ser colocada em prática nas áreas de maior risco", pontuou Rodrigues, à coluna.
O pesquisador confeccionou o laudo, junto ao Instituto de Medicina Legal (IML), confirmando que o auxiliar de serviços gerais foi vítima de incidente com tubarão. No relatório, a partir da análise da mordida, Jonas destacou possíveis características do animal, como o comprimento de 2,6 metros. E a espécie, que seria tigre (a mais comum no Estado).
Jonas Rodrigues ainda recomendou reforço na sinalização das áreas onde ocorrem os incidentes em Pernambuco, com bandeirolas graduadas em cores, variando de acordo com maior ou menor grau de risco.
Procurada, a assessoria da Secretaria de Defesa Social (SDS), que responde pelo Cemit, não comentou a recomendação do especialista. Disse apenas que o Cemit "realizou reunião extraordinária na quarta-feira (14) para atestar a causa da morte ocorrida na praia de Piedade no dia 10 deste mês, e assim incluir o caso nas estatísticas de incidentes com tubarões no continente. O laudo do IML atesta a causa da morte em decorrência do ataque ou, quando a vítima sai com vida, se as lesões são características de ataque de tubarão".
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PUNIÇÃO
Desde 2014, a ampliação de um decreto estadual prevê a detenção para os banhistas que se recusam a sair do mar, em áreas de risco, além da proibição de práticas de esportes aquáticos de mergulho, natação, atividades náuticas e aquáticas similares. Quem não atender ao pedido do efetivo do Corpo de Bombeiros, por exemplo, pode ser detido e encaminhado à delegacia.
Lá, assinará um TCO (termo circunstanciado de ocorrência) pelos crimes de desobediência, desacato ou resistência. A detenção caberá à Polícia Militar. Ainda haverá a apreensão de pranchas, embarcações miúdas e outros equipamentos usados para a prática das atividades proibidas.