Com informações do repórter Mário Oliveira, da TV Jornal
Atualizada às 17h
A rajada de ventos de 38 quilômetros por hora (km/h) registrada nesse domingo (1º) no Recife não poupou nem mesmo os toldos utilizados para a triagem das pessoas com sintomas de covid-19 no Centro de Testagem no Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães, o Geraldão, na Imbiribeira, Zona Sul da capital pernambucana. Após dois deles caírem, o serviço foi interrompido nesta segunda-feira (2), mas será retomado nesta terça-feira (3).
Quem chegou ao local nesta manhã, não pôde fazer o exame, como o comerciante Emanuel Nazareno, que se revelou prejudicado por ter que procurar um outro ponto de testagens. “Informaram que teve um vendaval que levou os toldos, e que está sem condições de atender. Prejudica a vida da população, o pessoal sai das suas casas, vem fazer o teste e está fechado, dá viagem perdida, não avisam nada. Agora, vou procurar outro ponto para fazer a testagem”, disse.
Agosto é considerado “o mês dos ventos”, por causa da incidência do Sistema de Alta Pressão Subtropical do Atlântico Sul (Asas), principal indutor de ventos do Estado. Nesta época do ano, no inverno, o Asas fica mais intenso, com a queda das temperaturas, o que torna os torna mais fortes, segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac).
Por nota, a SES-PE afirmou que uma equipe de manutenção "foi acionada de imediato e, desde então, está atuando, juntamente com a empresa responsável, para reorganizar o espaço e, com isso, reestabelecer os atendimentos. A expectativa é que isso ocorra nos próximos dias." Nas últimas semanas, a média diária de atendimento no Geraldão tem sido de 115 pessoas.
Indicou, ainda, que quem precisar fazer testes da covid-19 deve procurar o Centro de Convenções, em Olinda, com atendimento de segunda a segunda, por demanda espontânea. Ainda é possível agendar no Cefospe e na Secretaria Estadual de Educação pelo Atende em Casa (app para celular Android ou pelo www.atendeemcasa.pe.gov.br).
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Velocidade dos ventos
Segundo explicou o meteorologista Roberto Pereira, da Apac, julho é um mês de transição entre os meses de ventos mais calmos, que têm uma média de velocidade de 8 km/h, para os meses de ventos mais fortes.
O meteorologista comentou ainda que, a cada 10 m/s (36 km/h), a sensação térmica tem uma diferença de 2°C em relação à temperatura registrada nos termômetros. "A cada 10 m/s, ou seja, quando se tem uma rajada ou alguma coisa desse tipo, você diminui a temperatura em 2° em relação ao que o termômetro está marcando. Isso faz com que você tenha uma sensação térmica menor do que na realidade está marcando. Ou seja, se o termômetro está marcado 23°C, a sensação será de 21°C. E se a pessoa estiver em um local onde há uma maior canalização do vento, ela vai sentir mais do que uma pessoa que não está", disse.
Um outro fator que influencia também na percepção dos ventos é o local onde a pessoa está. "Nós temos que prestar a atenção, principalmente como nós estamos numa época que venta mais, devido a prédios, a tipos de construção, até a própria pavimentação, você tem aquilo que a gente chama de duto, uma canalização dos ventos. Ou seja, em alguns trechos, você pode ter uma canalização dos ventos, e isso faz com que os ventos se tornem mais fortes em alguns lugares", comentou.
Consequências
De acordo com a Agência, as fortes rajadas causam consequências desastrosas. Ventos intensos, de acordo com a escala de Beaufort, acima de 50 km/h, favorecem o movimento de árvores e postes, podendo, eventualmente, derrubá-los.
Se os ventos acontecem no litoral, eles podem deixar o mar revolto e com ondas fortes, que podem ultrapassar os quatro metros de altura, causando fenômenos como ressaca e swell.