Investigação

Advogada atropelada em ato contra Bolsonaro no Recife presta primeiro depoimento à polícia

Mulher esteve no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) nesta tarde (19), acompanhada pela secretária da Comissão de Advocacia Popular (CAP) da OAB-PE, Beatriz Calado

Cadastrado por

Renata Monteiro

Publicado em 19/10/2021 às 16:36 | Atualizado em 19/10/2021 às 16:46
SOCORRO Vítima recebeu ajuda de manifestantes após ser atingida - REPRODUÇÃO / TWITTER PCO

Com informações da TV Jornal

A advogada de 29 anos que foi atropelada no início do mês durante um ato contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Recife prestou depoimento à Polícia Civil pela primeira vez nesta terça-feira (19). A mulher, que prefere não divulgar seu nome, esteve no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) acompanhada pela secretária da Comissão de Advocacia Popular (CAP) da OAB-PE, Beatriz Calado, foi ouvida pelos policiais e deixou o local sem falar com a imprensa.

"Ela quis fazer a parte dela e contar a sua versão dos fatos, na medida do que ela lembra. Porque foi uma situação muito grave, ela bateu a cabeça, ainda está com pontos, tem um coágulo, possui dez pinos na perna, então é natural que ela não se lembre de muita coisa", explicou Beatriz, afirmando não poder repassar muitas informações sobre o depoimento porque o processo corre em segredo de Justiça.

O incidente envolvendo a advogada ocorreu no dia 2 de outubro, na Avenida Martins de Barros, bairro de Santo Antônio, quando ela participava de um ato contra o governo Bolsonaro. Testemunhas contam que o motorista de um veículo Jeep Renegade, o administrador Luciano Matias Soares, furou o bloqueio feito pelos manifestantes e atingiu a mulher, arrastando-a por cerca de 50 metros.

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À época, em entrevista à Rede Globo, Luciano disse que tudo só ocorreu "porque ela se pendurou no carro". De acordo com a CAP, a jovem sofreu uma convulsão após o atropelamento, rompeu o ligamento do tornozelo, precisou passar por cirurgia e levou pontos na cabeça.

"Para além da questão física, porque a pessoa teve alta com 10 pinos no pé e um coágulo, não sabe quando vai poder voltar a andar sem o auxílio de muletas ou cadeira de rodas, há também o fator psicológico. É um trauma muito sério a pessoa estar lá trabalhando, como eu também estava, inclusive, e do nada acontecer um crime desses", pontuou Beatriz Calado.

A defensora contou, ainda, que o condutor do veículo que provocou o acidente não procurou a vítima em nenhum momento até agora. "Ele não procurou ela, as suas advogadas, a OAB, a comissão, nada", completou.

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