Alegando a necessidade de uma reposição salarial e melhores condições de trabalho, o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) realizou uma manifestação no Recife, nesta terça-feira (26).
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Os policiais se concentraram na sede do sindicato, no bairro de Santo Amaro, às 15h, e, no fim da tarde, saíram em passeata pelas ruas da cidade. Eles carregavam cruzes pretas, para lembrar dos colegas que morreram de covid-19 e das vítimas de homicídios no Estado.
Dados do Sistema Infopol de Pernambuco contabilizaram 2.504 homicídios entre janeiro e setembro deste ano, uma queda de 11,7% em relação a 2020, quando foram registrados 2.836 vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs).
Após a caminhada seguindo um mini trio elétrico pelas avenidas Cruz Cabugá, Conde da Boa Vista e Rua da Aurora, os policiais chegaram ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, em busca de uma reunião com representantes do governo Paulo Câmara (PSB). No local, os policiais gritam: "se não valorizar, a polícia vai parar".
Em entrevista à TV Jornal, em frente ao Palácio, o diretor de planejamento do Sinpol, Silvio Augusto, disse que os policiais cobram valorização e recomposição salarial. "Nosso objetivo é tentar um canal de negociação com o Governo do Estado. Entre nossas reivindicações está o aumento salarial, que na verdade é uma reposição, pois desde 2016 estamos sem reposição. Além disso, queremos legalizar funções que a polícia vive na clandestinidade, fazemos várias atribuições que não são da nossa competência, mas sim dos nossos chefes. Queremos que seja legalizado e, dessa forma, poderemos prestar um melhor serviço à população. Se a reivindicação for atendida, atenderíamos cerca de 30% a mais da demanda da polícia, visto que temos carência de efetivo", destacou.
Eles pedem um salário de R$ 6 mil no início da carreira e de R$ 19 mil no fim da carreira. Hoje, segundo o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), o salário inicial é de R$ 3,9 mil desde 2016.
Governo do Estado
Em nota, após a reunião com representantes do Sinpol, a Secretaria da Casa Civil de Pernambuco informou que o secretário-executivo de Articulação e Acompanhamento, Eduardo Figueiredo, ficou responsável pelas tratativas com a categoria.
Durante a reunião, ele ouviu o grupo e explicou que o reajuste no salário de servidores federais, estaduais e municipais permanece proibido até 31 de dezembro de 2021 pela Lei Complementar Federal 173/2020, aprovada durante a pandemia de covid- 19.
No entanto, segundo a Casa Civil, o secretário-executivo afirmou que o Governo do Estado tem mantido o diálogo constante com diversos setores. "Ele reforçou a importância de que o Sinpol participe de uma mesa de negociação geral que ocorrerá às 10h desta quarta-feira (27), por videoconferência, entre a Secretaria de Administração e sindicatos de várias categorias", diz trecho da nota.
Apesar da participação na rodada de negociação, o Sinpol solicitou ainda uma reunião extra para tratar exclusivamente da categoria. O pedido foi atendido e conversa foi agendada para o dia 11 de novembro, às 15h, na sede da Secretaria de Defesa Social, em Santo Amaro.
Presidente do Sinpol, Rafael Cavalcanti falou aos policiais no fim da reunião e disse haver um sentimento de insatisfação. "Sempre falamos que a caminhada seria longa, mas começamos a ver a luz no fim do túnel. Disse a Eduardo Figueiredo que não toleramos mais postergar a discussão e muito menos esse discurso de que não pode negociar agora, só em 2022. Queremos sentar e negociar. Dissemos que não estávamos para brincadeira, tanto que nossa passeata foi maior que a anterior. Marcada reunião dia 11 com a SDS e SAD para construir uma saída, mas não nos satisfaz. Não é o fim do processo. Dissemos que, até o acordo assinado, a operação padrão continua mostrando quem são os donos dos números da investigação e da produção da polícia civil neste estado. Até o projeto de lei com o aumento justo ser encaminhado, nada de PJEs, sei tudo que vocês passam. Não podemos deixar o movimento ir por água abaixo por meras promessas", disse.