A sensação de abandono e o medo da violência tomam conta de quem passa pelo bairro da Madalena, na Zona Oeste do Recife. Ações de criminosos têm sido constantes nas últimas semanas, segundo moradores e comerciantes, que também afirmam maior insegurança desde o início da pandemia da covid-19.
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Circuitos de câmeras de seguranças da Rua Ricardo Salazar, na Madalena, registraram ações de criminosos entre os dias 26 de setembro a 17 de novembro. Os crimes não têm hora para acontecer, a atuação dos suspeitos acontece inclusive à luz do dia. Em alguns do registros é possível ver, o que os moradores identificam como suspeito de realizar os crimes, analisando os carros estacionados na via.
Em um dos casos, criminosos armados chegam a abortar um entregador de aplicativo no dia 26 de setembro, às 13h. O trabalhador espera junto ao veículo que está estacionado, quando um homem de camisa preta e boné se aproxima dele, com um arma na mão. Ele pega o celular da vítima e leva a motocicleta.
Outra ação, que aconteceu durante a madrugada do dia 27 de setembro, uma Kombi branca que estava estacionada à beira do canal foi arrombada e empurrada por dois homens até o fim da rua. A maçaneta do veículo chegou a ser arrancada. A alguns metros do local do furto e sucesso em conseguir ligar o veículo, os homens abandonam a Kombi na via.
De acordo com o morador e síndico de um dos prédios da rua, o alvo dos criminosos são os carros estacionados. Ele acredita que a ação é praticada pelo mesmo grupo. "Estamos com medo, temos senhoras de idade e adolescentes que saem sozinhos pela calçada de manhã cedo. Antes, tivemos uma onda de assaltos muito grande na lateral do prédio, mas que pararam depois que a polícia veio e levou alguns homens presos. Agora, tudo voltou novamente, e parece ser praticado pelas mesmas pessoas", relata o homem.
No último dia 12 de novembro, uma abordagem criminosa acabou com a morte do universitário Pedro Henrique Gonçalves, de 24 anos. O jovem caminhava com a irmã em plena luz do dia, por volta das 13h30, na Rua Antônio Lucena, quando foi abordado por dois homens em uma moto que anunciaram o assalto. Com posse de uma arma de fogo, um dos criminosos atirou contra a cabeça de Pedro Henrique, após ele reagir a ação. O universitário morreu na hora.
A insegurança também é relatada pelos comerciantes do bairro da Madalena. Maria José Freitas, tem um salão no bairro há 28 anos. Segundo ela, as clientes relatam receio na chegada ao estabelecimento. "Por aqui, tem muitos assaltos e pouco policiamento. É ruim tanto para pedestres quanto para quem está de automóvel, eu mesma já tive meu carro levado enquanto estava parada no sinal", informou.
Procurada pela equipe do JC, a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) disse que realiza na área rondas ostensivas com abordagens, através do 13º BPM através de Guarnições Táticas. Segundo o efetivo, patrulhamento de policiais em motocicletas, do Grupo de Apoio Tático Itinerante (GATI), como também guarnições do Programa de Jornada Extra de Serviço (PJES) são realizados no bairro.
Em nota, a PM afirmou ainda que o comandante da unidade tomou conhecimento das denúncias e informou que as rondas no local estão sendo intensificadas. “É importante salientar a importância de serem prestadas as informações de ocorrências nas delegacias e também através do 190, com intuito de intensificar o policiamento e reprimir ou inibir novas práticas delitivas”, concluiu a organização.