PATRIMÔNIO

Alvo constante de furtos, Espaço Ciência de Pernambuco acumula prejuízo de quase R$ 100 mil

Só em 2022, o museu sem fins lucrativos já sofreu nove episódios do tipo. Exposições foram fechadas por falta de equipamentos básicos

Cadastrado por

Katarina Moraes

Publicado em 16/03/2022 às 8:00 | Atualizado em 16/03/2022 às 8:30
CIÊNCIA E HISTÓRIA O Espaço Ciência é um dos dois únicos museus científicos ao ar livre no mundo e recebe cerca de 100 mil visitantes ao ano - CLEMILSON CAMPOS/ACERVO JC IMAGEM

Há dois anos, o Espaço Ciência, situado no Complexo de Salgadinho, em Olinda, no Grande Recife, tem visto seu acervo e equipamentos básicos para funcionamento desaparecerem, acumulando um prejuízo que chega perto dos R$ 100 mil, segundo a direção do local. Só em 2022, o museu sem fins lucrativos, que tem como principal função popularizar o conhecimento científico para os pernambucanos, já sofreu nove episódios de furtos ou atos de vandalismo.

“Tudo começou durante o fechamento do museu, em 2020, na pandemia, com vários furtos no espaço. Quando reabrimos, deu uma diminuída, mas do final do ano passado para cá, voltaram de maneira mais intensa e constante. Além dos furtos, ainda tivemos locais depredados por vândalos”, contou a secretária-executiva do Espaço Ciência, Claudiane Santos.

Foram levados desde cabos de iluminação externa, televisões, micro-ondas e aparelhos de ar condicionado até peças feitas exclusivamente para o museu, como uma réplica do Prionosuchus, da exposição “(R)Evolução dos Bichos” — um exemplar do maior anfíbio que já existiu e que, há cerca de 270 milhões de anos, habitou o Nordeste do Brasil.

Réplica do anfíbio Prionosuchus, da exposição "(R)Evolução dos Bichos", foi uma das furtadas - DIVULGAÇÃO/ESPAÇO CIÊNCIA

Devido aos saques, espaços como a “História Química da Humanidade”, “Sala Maluca” e o “Formigueiro Gigante” estão sem previsão para reabrir. “Houve duas apreensões de suspeitos no final do ano passado, que foram levados para a delegacia, mas isso não impediu que os crimes continuassem. Nos últimos meses, foi um atrás do outro. Abrimos alguns espaços e outros não estão abertos justamente por causa desses furtos. Voltamos com os atendimentos apenas nos ambientes abertos e onde ainda tem refrigeração”, disse Claudiane.

“Para a educação científica, fica uma lacuna, porque são espaços que poderiam estar sendo visitados e experimentos que não estão sendo vistos por conta da depredação que está ocorrendo. Turistas vêm conhecer o museu e não sabemos se vão voltar para ver esses ambientes. Repor esse material não é simples ou fácil, e quem deixou de visualizar que fica no prejuízo”, completou a secretária.

Administrado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), do Governo do Estado, o museu ocupa uma área de 120 mil m² vigiada por um segurança fazendo rondas por turno e três guardas patrimoniais. Por nota, a pasta informou que “já está em curso o reforço no quantitativo de vigilantes noturnos do Espaço Ciência, assim como a ampliação no efetivo de Guarda Patrimonial, responsável pela segurança da região.”

Já a Polícia Civil de Pernambuco disse que a Delegacia do Varadouro está investigando os furtos no Espaço Ciência, mas que "não é possível fornecer mais informações no momento".

Funcionamento Espaço Ciência

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