URBANISMO

Embutimento da fiação do Recife Antigo deve começar no segundo semestre de 2022. Confira outras mudanças

A promessa de que o serviço seria realizado este ano tinha sido feita no anúncio do Programa Recentro, em novembro de 2021, mas ainda não havia previsão de início

Katarina Moraes
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Katarina Moraes
Publicado em 30/04/2022 às 8:00
ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
O emaranhado de fios na cidade é um grande calo visual e de segurança - uma vez que podem causar acidentes como incêndios e choques elétrico - FOTO: ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
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A rede elétrica e de telecomunicações do Bairro do Recife deve começar a ser embutida no segundo semestre de 2022, segundo a Prefeitura do Recife. A promessa de que o serviço seria realizado este ano tinha sido feita no anúncio do Programa Recentro, em novembro de 2021, mas ainda não havia previsão de início.

Segundo a gestão, o embutimento será financiado pelo Grupo Neoenergia. O emaranhado de fios na cidade é um grande calo visual e de segurança - uma vez que podem causar acidentes como incêndios e choques elétrico - o que já foi denunciado diversas vezes pelo JC.

Além disso, está prevista para o Recife Antigo a pedestrianização de mais 10 ruas, processo já feito na Rua do Bom Jesus e na Boulevard Rio Branco. A informação foi dada ao JC em reportagem sobre o balanço do Recentro - criado com o objetivo de reverter o processo de degradação bairros do Recife, de São José e de Santo Antônio.

O gabinete completa cinco meses neste domingo, 1º de maio. Análise das ações já realizadas mostra que o planejamento mais robusto para revitalização da região central da capital pernambucana segue em fase de estudos - e que assim deve permanecer por um bom tempo, segundo previsões de diferentes atores que colaboram com ele e da própria gestão.

O novo gabinete foi estruturado contendo ações de curto, médio e longo prazo, além de escutas periódicas com diferentes entidades. Até agora, foram realizadas cerca de 60 reuniões e 250 propostas colhidas para a região, que estão sendo catalogadas pelos representantes da Prefeitura.

Cada passo do Recentro está sendo acompanhado de perto pela reportagem do JC. O que se pode dizer é que, entre o balanço de fevereiro e o de maio, poucas entregas foram feitas.

Segue sendo construída a Parceria Público-Privada (PPP) para habitação social, que estudará como ofertar, no mínimo, 450 unidades habitacionais prioritariamente na área central, voltadas para famílias com renda máxima de três salários mínimos. Segundo a gestão, esse processo deve durar em média 12 meses.

Em janeiro, já havia sido feita a primeira etapa da revitalização da Praça do Sebo, que recebeu alterações na identidade visual, reparos e ornamentos. Mas a segunda etapa, prevista para abril de 2022, ainda não começou. Pretende-se criar um calendário de atrações culturais para fortalecer a visibilidade, a expressão cultural e a identidade da praça.

Também continuam a ser elaboradas as fichas técnicas com parâmetros urbanísticos a serem observados para construção na área, que, quando finalizadas, serão disponibilizadas ao público através do Portal de Licenciamento Urbanístico. O trabalho é tocado pelo Instituto da Cidade Pelópidas Silveira (ICPS), por meio da Gerência Geral de Preservação do Patrimônio Cultural (DPPC), e não foi informada previsão de término.

Em contrapartida, foi entregue o Viva a Guararapes no dia 10 de abril, evento que acontecerá novamente em maio, em data ainda não divulgada, e que foi um sucesso de público. O espaço contou com uma série de atrativos culturais, esportivos e gastronômicos ao longo de cerca de 200 metros de extensão da Avenida Guararapes, no Bairro de Santo Antônio, que ficou fechada para veículos durante a manhã e tarde do domingo.

Como diferentes setores estão enxergando o programa

Imobiliário

A Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE) pontua estar comprometido com o Recentro e em contato constante com a gestão, pedindo para que aja como um articulador para permitir investimentos no território, dando “celeridade aos processos”.

“É um ciclo longo e que se inicia agora. Os empresários têm olhado para o Centro, mas ainda vai demorar um tempo para que empreendimentos estruturadores apareçam. Precisamos de regularidade nos processos de celeridade nos processos de aprovação e regularização”, opinou o assessor urbanístico da Ademi-PE, Sandro Guedes.

Comercial

No início do mês, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e o Sindicato dos Lojistas do Comercio de Bens e Serviços do Recife (Sindilojas) tiveram a segunda reunião com o gabinete do Centro. Em entrevista ao JC, o presidente da CDL Recife, Fred Leal, demonstrou-se satisfeito com o encontro.

“Estamos sentindo um extremo cuidado e a vontade de fazer, que é o mais importante. Às vezes, como empresário, ficamos agoniados, querendo que as coisas andem com pressa, mas acho que estão indo bem, fazendo estudos e seminários”, disse o representante.

Urbanístico

A representante do Instituto de Arquitetos do Brasil em Pernambuco (IAB/PE), Iana Ludermir, participou das escutas sobre o futuro da Avenida Dantas Barreto, que também está em estudo, e defende que seja apresentada uma metodologia que explicite melhor como o conteúdo apresentado pelos integrantes das oficinas vai ser incorporado no processo de planejamento do Recentro.

“Algumas organizações não puderam se manifestar antes do lançamento do programa, mesmo demonstrando interesse, e agora somos convidados para uma escuta social em um processo que não deixa muito claro como as propostas da construção coletiva seriam incorporadas. Nas oficinas, falamos mais como um desabafo, sem que tenhamos ideia do que poderia ser incorporado às estratégias de planejamento”, pontuou.

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