Com informações da repórter Katarina Moraes
Moradores da comunidade do Beco do Sururu, no Pina, fizeram uma manifestação na sede da Prefeitura do Recife na manhã desta segunda-feira (9). O protesto ocorre após um incêndio que destruiu cerca de 30 palafitas na comunidade que fica próxima à Ponte Paulo Guerra, que atravessa a Bacia do Pina, na Zona Sul da Cidade.
Os moradores se organizaram para uma reunião com a gestão municipal, que não estava aceitando a comissão escolhida e formada por eles. De acordo com os populares, a prefeitura aceitaria apenas 4 das 15 pessoas que foram à sede. Os moradores do Pina estipulam uma comissão formada, inclusive por assessoria jurídica e assessoria de comunicação.
"A nossa comissão é formada por 15 pessoas, com comissão jurídica e assessoria de comunicação. Nós precisamos ser recebidos, o prefeito já disse que não vai nos receber por conta de uma listagem. A gente quer representantes que moram na comunidade, que estão na comunidade e estão vendo o que a gente está passando. E queremos que o prefeito coloque a cara, porque não queremos falar com secretário", diz Moara Costa, moradora do Sururu.
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Moara ainda relatou problemas no cadastro de moradores por parte da Prefeitura do Recife. "9h da noite, a prefeitura foi embora e deixou metade da população sem fazer o cadastro. O cadastro era para ver quem perdeu as casas. A identidade foi no outro dia, começou às 10h e terminou de meio-dia. Meu documento é do Rio de Janeiro, que é muito difícil de tirar", disse a moradora.
"Na cabeça deles, R$ 1,5 mil dá para construir uma casa. A gente vai perder o direito de reconstruir a casa da gente lá e os direitos habitacionais da gente. A gente perdeu fogão, geladeira, televisão, cama, roupa e tudo. E R$ 1,5 mil vão resolver como?", questionou Moara.
Comissão
Após pressão e ameaça de bloquear a Ponte Paulo Guerra, no Pina, os moradores conseguiram ser escutados pela Prefeitura do Recife com a comissão de 15 pessoas. A reunião deve ouvir e debater as demandas da comunidade após o incêndio.