O Metrô do Recife opera normalmente na manhã desta sexta-feira (20), após os metroviários votarem, em assembleia nessa quinta-feira (19), pela manutenção do estado de greve. Isso significa que eles continuam na mesma situação em que estavam antes: o estado de greve é um alerta de que eles podem paralisar as atividades.
A decisão sobre a possível greve geral será tomada em uma nova reunião, marcada para a próxima quinta-feira (26). Na data, eles farão uma nova votação que pode definir a paralisação.
Na manhã desta sexta-feira (20), as estações abriram normalmente, às 5h, e devem continuar operando até as 23h, como de costume. O Metrô do Recife atende a aproximadamente 200 mil pessoas todos os dias, da capital e região metropolitana (Recife, Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho).
O movimento dos metroviários é uma resposta da categoria ao processo de concessão pública do Metrô do Recife, definido pelo governo de Pernambuco e pelo governo federal.
Processo de concessão pública do Metrô do Recife
A categoria quer que o governo do Estado desista da estadualização. Esta etapa precede a transferência da gestão da operação do Metrô para a iniciativa privada. Vale lembrar que não se trata de uma privatização, uma vez que o metrô não seria vendido, e sim concedido por um período, a princípio, de 30 anos.
“Iremos fazer um grande movimento na sede da CBTU. Temos conversas com senadores e líderes e também estamos articulando audiência pública no Congresso. Precisamos também conversar com o governador sobre essa proposta. São muitos caminhos, e é essencial fazer uma propaganda massiva para a população entender que a privatização não resolve o problema do metrô. O governo federal precisa se comprometer com investimento e custeio do sistema, além da tarifa social. A população está necessitada de um metrô de qualidade", diz o presidente do SindMetro, Luiz Soares.
Os metroviários também estão temerosos de que ocorra em Pernambuco o mesmo que está acontecendo no Metrô de Belo Horizonte. No modelo proposto para o sistema mineiro, os metroviários teriam apenas um ano de estabilidade após a transferência para a gestão privada. Os sindicalistas dizem que em todos os metrôs concedidos, pelo menos 40% da mão de obra é dispensada - mesmo sendo uma mão de obra extremamente qualificada.
A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informa que a pauta apresentada pelo Sindicato dos Metroviários "não é de competência dessa unidade administrativa e sim de esferas superiores a essa Superintendência. Os assuntos ligados a uma possível estadualização ou privatização são assuntos discutidos na esfera Federal".