Conclusão da nova Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, atrasa pela terceira vez. População cobra agilidade

Término dos serviços que ajudaram o fluxo e tornaram mais seguro um dos principais eixos da cidade ganha quarto novo prazo
Katarina Moraes
Publicado em 28/07/2022 às 15:38
Obras inacabadas na Av Presidente Kennedy, em Olinda Foto: GUGA MATOS/JC IMAGEM


Inicialmente prevista para fevereiro do ano passado, a conclusão das obras na Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, atrasou novamente e agora deve ficar somente em outubro de 2022.

Este já é o quarto novo prazo para o término dos serviços que ajudaram o fluxo e tornaram mais seguro um dos principais eixos da cidade.

Tocadas pela gestão municipal, as obras deveriam ter começado ainda em janeiro de 2020 - com duração prevista de 12 meses - mas ficaram para 3 de fevereiro do mesmo ano.

O prazo de término passou para dezembro de 2021, depois para o primeiro semestre de 2022. Nas duas vezes, a Prefeitura de Olinda reconheceu o atraso e garantiu terminá-las na nova data. Mas isso, novamente, não aconteceu.

Cerca de três quilômetros foram qualificados até agora - entre o giradouro do Complexo de Salgadinho e a Avenida Senador Nilo Coelho, conhecida como a 2ª Perimetral.

Segundo a secretaria Executiva de Obras, faltam somente os “últimos reparos”. Parte da faixa exclusiva de ônibus ainda não foi pintada, por exemplo. Não estão previstas ciclovias ou ciclofaixas.

Onde há uma “nova Presidente Kennedy”, os benefícios aos veículos e aos pedestres são indiscutíveis. Os ônibus, que antes paravam no canteiro central, passaram a circular do lado direito da via e os demais veículos pela esquerda.

Com isso, diminuiu o risco de acidentes, já que pedestres precisavam atravessar a via para chegar até os pontos. Ainda, a tubulação de drenagem foi trocada, melhorando o escoamento da água da chuva.

“Antes era bronca para chegar no ponto de retorno, demorávamos 1h20, hoje demoramos mais ou menos 1h. Houve uma melhora boa em termos de fluxo”, disse o motorista de ônibus Lucas Pereira de Lima, 32, da linha Ti Xambá / Rio Doce (Av. Getúlio Vargas).

“A parte que não foi feita está complicado, mas como é um trecho curto do caminho, dá para passar”, completou.

Ainda resta cerca de 1,2 km para o término da requalificação, que corresponde ao trecho entre a 2ª Perimetral e a Estrada de Águas Compridas. A reportagem do JC foi até a avenida na manhã desta quinta-feira (28) e havia equipes da prefeitura e da empresa contratada trabalhando no local.

População pede por rapidez nas obras

No entanto, ainda há muito a ser feito no último trecho da via. As paradas de ônibus seguem no meio da Presidente Kennedy, o asfalto está danificado em praticamente toda extensão dele, com vários buracos. Quem vive o dia a dia ali de perto, cobra pela celeridade dos serviços.

“Está demorando. O esgoto está aberto aqui há anos e ninguém vem ajeitar. Sempre tem acidente no cruzamento, porque é cheio de buraco e não tem semáforo aqui. Na última cheia, a rua encheu de água. À noite aqui também é escuro, fica esquisito”, contou o garçom Alexandre Buarque, 42.

A reclamação também é do comerciante Edson Paulo dos Santos, 51. “Lá na frente, fizeram tudo bonitinho, com grama, com o meio fio, faixa e grade. Mas nesse lado começam, não terminam um pedaço e vão para o outro lado", disse.

"A gente precisa que tragam as paradas de volta para a frente dos colégios, porque os meninos têm que andar até o sinal para pegar ônibus", pediu.

Secretário promete nova Kennedy para outubro

Ao todo, a primeira etapa custou R$ 15,4 milhões, com R$ 3,5 milhões advindos do governos estadual e R$ 11,9 milhões da Prefeitura de Olinda. Para o último trecho são R$ 4 milhões advindos do governo federal.

Segundo o secretário executivo de Obras de Olinda, Roberto Rocha, as obras atrasaram pela espera que a Caixa e o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) liberassem a verba da última etapa.

“O primeiro trecho está praticamente concluído, com drenagem pronta e as seis paradas de ônibus, estamos só fazendo os retoques finais. O segundo trecho já licitamos, estamos com convênio com o ministério acertado e iniciamos as calçadas e a acessibilidade, com trecho relativamente executado."

Ele completou: "se transcorrer tudo normalmente, acreditamos que até o final de outubro estaremos com esse segundo trecho todo pronto."

Rocha ainda garantiu que as faixas de pedestres e a Azul que foram desgastadas colm o tempo serão refeitas. “O que é importante ressaltar é que a obra reduziu muitos os acidentes. Antes tinha quase uma morte por mês”, disse.

Trecho da Avenida Pan Nordestina pede socorro

Ao deixar a Avenida Presidente Kennedy, a reportagem deu de cara com a degradante situação do trecho da Avenida Pan Nordestina debaixo do viaduto, onde também passam ônibus. Mesmo em um dia sem chuva, a água tomava conta de uma das faixas do local.

A buraqueira obriga os motoristas a passarem pelo local somente em primeira marcha. Para cortar caminho, um motociclista foi pela calçada, colocando pedestres em risco.

Resposta do Governo do Estado

O Departamento de Estradas de Rodagem (DER), órgão vinculado à Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos (Seinfra), informa que frentes de trabalho têm realizado serviços de manutenção asfáltica ao longo da PE-015 desde o final de junho passado, como intervenções emergenciais para minimizar os danos causados pelas fortes chuvas. Novas ações na via estão inseridas na programação de conservação do órgão, com previsão de início na primeira semana do próximo mês de agosto.

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