Em colaboração com Bárbara Lessa, da TV Jornal
Trabalhadores por aplicativo realizaram um protesto na manhã desta segunda-feira (2) no Centro do Recife. O ato, que durou até as 9h, fez parte de uma mobilização nacional, que pede por melhores condições de trabalho nas plataformas de entrega.
Segundo o organizador Rodrigo Lopes, o pedido é para que recebam o valor da "hora logada" - todo o período em que o entregador está disponível para aceitar solicitações do aplicativo.
"Lá em Brasília, as empresas não querem reconhecer esse tempo disponível. Hoje as empresas determinam o valor do nosso serviço, mas quem faz o investimento da moto, habilitação, manutenção, alimentação, é a gente. Se investimos nisso, por que não determinamos o valor do serviço?", questionou.
"Todo mundo que tem CLT recebe por hora de serviço e por dia de trabalho. Nossa luta é ganhar R$ 35 por hora logada. Se abrir o aplicativo, e ele não nos colocar para fazer nada, queremos ganhar R$ 35", pediu o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores sem Direito, Ivonaldo de Lima.
Segundo o organizador, há cerca de 18,7 mil trabalhadores por aplicativo na Região Metropolitana do Recife. Winderson Rodrigues é um deles: ele chega a trabalhar 14 horas por dia e não tem folga nos fins de semana.
"Eu em média faço R$ 150 por dia, ficando 14 horas logado todo santo dia. Se a gente folgar um dia, a plataforma nos prejudica, não envia corridas para a gente e não nos deixa agendar os horários [para trabalhar]", disse.
O grupo foi até a Câmara Municipal do Recife, no bairro da Boa Vista, onde fechou o trânsito da Rua do Hospício com a queima de pneus e entulhos. No ato, as entregas por aplicativo tbm foram suspensas.
Agentes da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) e policiais militares acompanharam o protesto.