O projeto de uma estudante da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) que propôs a restauração da antiga Cerâmica Apipucos, no bairro da Caxangá, Zona Oeste do Recife, foi reconhecido nacionalmente. A ideia de requalificar o terreno onde estão as ruínas para promoção de atividades culturais, econômicas, esportivas e de lazer figurou entre os melhores trabalhos de conclusão de curso do último ano pelo site especializado ArchDaily Brasil.
O trabalho, tocado pela agora arquiteta e urbanista Maria Hellena Borba junto à orientadora e professora Lívia Nóbrega, teve como objetivo pensar em melhorar a vida das cerca de 500 famílias da Ocupação Chico Lessa, do Movimento Urbano dos Trabalhadores Sem Teto (MUST), situadas no terreno da antiga olaria, que fica às margens da BR-101.
“Desde o início da faculdade vínhamos trabalhando com habitação social, então achei legal trazer um empreendimento que pudesse ajudar a comunidade”, disse Hellena. “Queria trazer alguma coisa que abraçasse o que a população do entorno e do bairro precisavam.”
O projeto - que tem intuito pedagógico, sem intenção de ser executado - problematiza as edificações sem função social e os vazios urbanos da cidade. Ele propõe que o terreno fosse utilizado fossem construídas cooperativas de reciclagem para renda dos moradores da ocupação, feiras livres, pista de skate, brinquedos para as crianças e uma ciclofaixa.
CERÂMICA APIPUCOS
A antiga Cerâmica Apipucos é uma olaria desativada há mais de três décadas no bairro de Caxangá, no Recife. Ela já abrigou, de acordo com a pesquisa da aluna, a Sociedade Folclórica de Pernambuco (SFPE), composta ainda por parque com piscina, vila operária, escola para 120 alunos, palcos e salões.
ASFPE tinha, segundo descobriu Hellena, o objetivo de preservar a cultura popular e tradicional, por meio de aulas e eventos, sendo composta por artistas, músicos e políticos como Juscelino Kubitschek, Assis Chateaubriand e Dorival Caymmi.