HABITAÇÃO

Conjunto Beira-Mar: um ano após tragédia, escombros não foram retirados e moradores não receberam indenizações

Escombros ainda estão no local e famílias não receberam suas indenizações para buscar uma moradia digna e segura. Moradores protestam

Cadastrado por

Laís Nascimento

Publicado em 08/07/2024 às 14:12
Conjunto Beira-Mar, que desabou e matou 14 pessoas, no Janga, em Paulista. Tragédia aconteceu em julho de 2023 - RENATO RAMOS/JC IMAGEM

Moradores e comerciantes do Conjunto Beira-Mar, localizado no bairro do Janga, em Paulista, são lembrados diariamente da tragédia que aconteceu no local há um ano. Os escombros ainda estão no local e as famílias não receberam suas indenizações para buscar uma moradia digna e segura.

No dia 6 de junho de 2023, parte de um dos prédios desabou e deixou 14 pessoas mortas e 7 feridas. O edifício estava interditado desde 2010, mas havia sido ocupado dois anos depois por pessoas que não tinham moradia. Após o desabamento, as equipes do Corpo de Bombeiros trabalharam por 35h para retirar as 21 vítimas dos escombros.

Em entrevista à TV Jornal, Evelyn Tainá, uma das moradoras do prédio que desabou, falou sobre a tragédia. “É uma dor que eu não consigo explicar direito. Neste momento, o que eu mais quero é voltar a andar. O futuro ainda está um pouco longe para batalhar, tem muita coisa pela frente ainda”, afirmou. Evelyn passou 12h presa aos destroços e perdeu sua mãe, dois irmãos, de 6 e 10 anos, e o namorado.

Somente após a tragédia, outros edifícios do Conjunto Beira-Mar foram interditados por riscos na estrutura. Ao todo, 29 dos 37 blocos foram vistoriados e interditados.

Leia Também

Indenização

A Caixa Econômica fez um acordo e estabeleceu o valor máximo de R$ 120 mil para o pagamento de indenizações para as famílias que moravam no bloco que desabou. Além disso, o município está prestando assistência através do Auxílio Moradia e apoios de cesta básica e auxílio psicológico no valor de R$ 250. Evelyn Tainá afirma que o valor não é suficiente para a busca de um imóvel para morar.

Além dela, outros moradores protestam pela indenização que consideram injusta. “O meu apartamento estava alugado. A Defesa Civil esteve lá e nós tivemos que desocupar imediatamente, por problemas na caixa d’água e infiltração. A indenização não saiu ainda”, contou Seu Esmeraldo, à TV Jornal.

Déficit habitacional e baixas indenizações são fatores que têm marcado a luta dos moradores de prédios-caixão do Grande Recife, que moveram milhares de ações judiciais individuais e coletivas nos últimos anos.

Tags

Autor

Veja também

Webstories

últimas

VER MAIS