Atualizada às 18h06
O embate em torno da candidatura de Marília Arraes à Prefeitura do Recife chegou ao comando nacional dos partidos de esquerda que disputam a eleição municipal. Nesta quinta-feira (13), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, usou as redes sociais para criticar o posicionamento do dirigente do PSB.
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"Foi pensando no Brasil que o PT abriu mão de lançar Marília Arraes e apoiou o PSB ao governo de Pernambuco em 2018. Mas parece que para o PSB a esquerda só pode se unir se apoiar o candidato deles à prefeitura do Recife", disparou a dirigente, referindo-se ao fato de o partido ter rifado a candidatura de Marília para apoiar a reeleição do governador Paulo Câmara (PSB).
O posicionamento de Glesi Hoffmann foi registrado em resposta ao presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, por ter declarado que o PT seria o "vetor" da divisão da esquerda, em publicação no jornal O Estado de S. Paulo. "Entre o PT e o Brasil, o PT sempre ficou consigo mesmo, é o vetor da divisão na esquerda. Não estaremos com eles em lugar nenhum nestas eleições", cravou o socialista.
No inicio desde mês, após a executiva nacional do PT definir pela manutenção da candidatura de Marília no pleito do Recife, Carlos e Gleisi chegaram a se reunir para discutir o futuro das legendas em outras cidades, mas a conversa não teria avançado. Siqueira já havia afirmado anteriormente que o PSB não abriria mão de ter candidaturas próprias no Recife, São Paulo, Curitiba, Goiânia, Belém e Natal.
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Para a pré-candidata a prefeita do Recife, o Partido Socialista Brasileiro perdeu "qualquer tipo de coerência". "Isso só confirma o que venho dizendo há vários anos: o PSB perdeu qualquer coerência, seu compromisso é com um projeto de poder. O 'S' virou apenas uma letra. Está cada vez mais evidente que somos a verdadeira oposição ao PSB no Recife", disse Marília, segundo a coluna Cena Política.
Ao cederem e declararem apoio a candidatura da deputada federal Marília Arraes, os dirigentes dos diretórios estadual e municipal firmaram um acordo de não fazer oposição ao PSB. Essa "neutralidade", inclusive, tem sido questionada pelos socialistas e há uma expectativa em torno da possibilidade de entrega de cargos que os petistas ocupam no Governo de Pernambuco e na Prefeitura do Recife.
O senador Humberto Costa, principal defensor de que o partido se mantivesse na Frente Popular apoiando a pré-candidatura de João Campos (PSB), afirmou que a estratégia do PT seria nacionalizar o debate e reforçar as críticas ao governo do presiente Jair Bolsonaro (sem partido). "O partido vai cumprir a determinação do Diretório Nacional. Eu, em particular, estou no PT desde a sua origem e nunca deixei de cumprir qualquer decisão partidária. Desse modo, nós vamos cumprir essa decisão", declarou em entrevista ao JC.