'Não estou fechado ao diálogo', afirma Alberto Feitosa sobre um possível acordo da oposição à Prefeitura do Recife

Com críticas ferrenhas a gestão do PSB e a esquerda, o pré-candidato à Prefeitura do Recife, deputado estadual Alberto Feitosa (PSC) defendeu o armamento da Guarda Municipal
Alice Albuquerque
Publicado em 21/08/2020 às 21:38
Defensor de Bolsonaro, Alberto Feitosa ressaltou não estar usando o PSC como "barriga de aluguel" para chegar à Prefeitura do Recife. Ele também disse que, caso eleito, irá fincar uma bandeira do Brasil na Prefeitura do Recife, "para que ninguém no Recife esqueça que nós vivemos no Brasil e a nossa bandeira é verde, amarela, azul e branca" Foto: TVJC


. - Eleições 2020

 

O sétimo pré-candidato à Prefeitura do Recife entrevistado pelos jornalistas Igor Maciel e Jamildo Melo no programa Resenha Política, que tem realizado uma série de lives na TV JC com os pré-candidatos à Prefeitura do Recife, o deputado estadual Alberto Feitosa (PSC) ressaltou, nesta sexta-feira (21), afirmou não ter participado de nenhuma reunião do grupo de oposição para tratar sobre um possível acordo para a disputa à Prefeitura do Recife e disse defender um candidato bolsonarista, "não estou fechado ao diálogo", pontuou. Na ocasião, ele também comentou que não tem a possibilidade do PSC retirar a candidatura "o PSC está junto ao PL, o partido de Anderson Ferreira, não entendo que um conjunto de força dessa vá depender de um partido para apoiar um candidato que inclusive tem um tempo menor de TV", disse, com relação a um possível apoio do PSC ao pré-candidato Daniel Coelho (Cidadania).

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Pertencente da gestão do PSB como secretário municipal de Saneamento de 2015 a 2018 a convite do prefeito Geraldo Julio (PSB), o deputado explicou que sempre serviu ao Estado e município e ressaltou nunca ter se filiado ao "PSB, nem PT, muito menos PCdoB". "Nas oportunidades que me foram dadas por uma aliança ou uma gestão liderada por gestores do PSB, mas nunca me filiei. Muito pelo contrário, estava lá para servir aos pernambucanos e recifenses. Não me cobraram nunca alinhamentos ideológicos". 

Com relação a um possível acordo do grupo de direita da oposição, Feitosa comentou não ter participado de nenhuma reunião para tratar do assunto e disse que, desde quando decidiu não ficar mais alinhado, votou no presidente Bolsonaro (sem partido). "Em 2018 deixei claro. Participei de eventos de campanha e tomei a decisão em novembro de que não iria de forma alguma continuar alinhado com a gestão ou a linha política que o Solidariedade havia decidido. Por isso, enfrentei um processo disciplinar e fui expulso do partido. A minha posição é que tenha uma candidatura que faça defesa clara, transparente e evidente, a defesa do bolsonarismo. Nunca participei de nenhuma reunião nesse sentido, mas não estou fechado ao diálogo, até porque é uma das marcas que carrego: ser um homem de diálogo".

Questionado sobre a possibilidade da conversa levar a retirada da candidatura do PSC, o deputado ressaltou que é interessante que o partido tenha candidatura. "Preciso lembrar que estamos o PSC, PL, o partido de Anderson Ferreira, que está alinhado com André Ferreira, como o Patriota. Eu não entendo que o conjunto de forças dessa vá depender de um partido para apoiar um candidato, inclusive com tempo menor de TV. Não vejo lógica o PSC entregar. André Ferreira tem um partido com a chapa completa de vereadores, que sabe que é importante nesse momento que não há coligação para proporcional, ter um majoritário. Não tenho dúvida que o PSC é interessante que tenhamos uma candidatura que tem pautado praticamente as oposições".

Por se dizer ter um alinhamento com Bolsonaro e certa ligação com o presidente da Embratur, Gilson Machado, e o dirigente do Aliança Pelo Brasil em Pernambuco, coronel Meira, foi perguntado sobre a possibilidade de sair do PSC para o Aliança, seja eleito e o Aliança consiga se oficializar como partido, o deputado ressaltou não usar o PSC como "barriga de aluguel". "Eu até disse a André Ferreira que não tenho que dar continência a outros políticos do Estado. Hoje, sou uma pessoa totalmente independente, mas tenho que prestar todas as deferências ao PSC. Eleito prefeito do Recife, não mudarei de partido até o final do meu mandato. Agora, votarei no presidente Bolsonaro para presidente da República. Não estou me candidatando pelo PSC para, mais tarde, fazer dele uma barriga de aluguel".

Ele aproveitou para mencionar que teve o apoio de Bolsonaro na eleição de 1998 e em 2002, "ele fez um panfleto informativo e declarou novamente apoio a minha candidatura" e brincou que só precisará votar em Bolsonaro em 2022 "apenas no primeiro turno". "No meu entender, ele vai ganhar no primeiro turno". Feitosa disputa o apoio de Bolsonaro na cidade com o também deputado estadual Marco Aurélio (PRTB), que já tem o apoio do vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB).

Apoio PTB

O pré-candidato esteve almoçando nesta sexta com o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que disse que iria orientar o partido a apoiar candidaturas caracterizadas como bolsonaristas. "E disse 'aqui no Recife vou conversar com Armando Monteiro e Zé Humberto para apoiar a candidatura do deputado Alberto Feitosa'.

No entanto, na última eleição, o ex-senador Armando Monteiro (PTB) se recusou a defender o nome de Bolsonaro em um possível segundo turno. Na ocasião, o ex-senador chamou o presidente de "bisonho". Questionado se receberia o apoio de quem critica o presidente, Feitosa respondeu estar recebendo apoio do partido. "O próprio presidente do partido se declara totalmente bolsonarista e defensor da pauta do governo federa. Se a gente for olhar por esse aspecto pequeno, daqui a pouco não vamos ter apoio de ninguém. Se ele não se sentir à vontade para fazer isso, ele vai dizer a Roberto Jefferson. Eu não tenho nenhuma dificuldade em receber o apoio do PTB. Não vou entrar nessa discussão pequena".

 

Habitação

Secretário de Saneamento municipal de 2015 a 2018, Feitosa apontou uma má gestão da Prefeitura e ressaltou que a marca do PSB é colocar a culpa no governo federal. Ele também aproveitou para criticar os primos e pré-candidatos Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB), os chamando de "princesa" e "príncipe". "Vocês que foram cadastrados na Prefeitura vão cair no conto de fadas do príncipe João Campos e da princesa Marília Arraes se assumirem. Vocês não vão receber essa casa. A primeira ordem de serviço que foi dada por Geraldo Julio foi o Geraldão, que não foi entregue em sete anos e seis meses de governo, e não consegue terminar o Geraldão, como também não conseguirá terminar a habitação".

"Se vocês quiserem receber as casas do Aeroclube, tem que votar em Alberto Feitosa. Se votar no príncipe João ou na princesa Marília, não vão fazer, porque eles não tem experiência de gestão, que é o grande diferencial das eleições. Eu tenho experiência e sei como pegar coisa desarrumada, arrumar e fazer entregas".

Turismo

Pela experiência secretário de Turismo do Estado, o Alberto Feitosa explicou dá para resolver o problema do turismo na capital pernambucana a partir de um calendário que explore as vocações turistícas dos locais, como ele disse ter feito na época de secretário da pasta. "Durante a semana, a vocação é turismo de negócios. Vieram praticamente todas as feiras nacionais e internacionais para cá. Nos finais de semana, entretenimento, shows. Nenhum show era lançado no Brasil que não passasse pelo Recife. Todos os hotéis viviam lotados. Durante a semana, turismo de negócios e final de semana, show. O pessoal que trabalha com turismo diz que tem muita saudade e torcem muito, poeque sabem que com a gente, os hotéis vão voltar a ser lotados e todas as cadeias produtivas, porque o pessoal está abandonado".

Guarda Municipal

Com o discurso de ser coronel da reserva da Polícia Militar, Feitosa diz que sabe o que é importante para a Guarda Municipal. Também nesta sexta (21), a pré-candidata Marília Arraes declarou a possibilidade de armar a Guarda, mas com critérios e responsabilidade. Em resposta ao posicionamento da deputada federal, Alberto disse que ninguém saberá tratar do assunto "melhor que eu". "Sei o que vou fazer e discutir esse assunto com Marília Arraes é até brincadeira. Marília não tem experiência de nada. Na oportunidade que foi gestora, nem expediente ela dava, e dizer um negócio desses, é um absurdo".

A reportagem do JC entrou em contato com a assessoria da deputada federal que até o momento da publicação desta matéria não tinha conseguido contato com ela.  

"O nosso guarda municipal vai não vai receber arma de qualquer jeito. Amanhã, vamos participar de um treinamento com sniper, com pessoal totalmente qualificado que, inclusive, participaram da operação que resultou na morte do Bin Laden. Eles estão vindo para cá e podem vir treinar a guarda. Não vamos só armar, vamos qualificar, podendo ser feito dentro dos próprios quarteis e academia da Polícia Militar ou Civil", pontuou.

Ao final da entrevista, o deputado falou que vai enviar um ofício ao TCE solicitando uma auditoria de acompanhamento da obra do Aeroclube. "Como fiz em todas as minhas. Vocês vão ver que no meio do caminho e até dezembro vão se atrapalhar, como se atrapalharam em todas as obras".

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