JC
Publicado em 27/08/2020 às 12:04
O líder do governo Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB), acredita que o grupo de oposição no Recife está próximo do consenso sobre ter uma candidatura única, seja de Daniel Coelho (Cidadania) ou de Mendonça Filho (DEM). A decisão pode sair no próximo final de semana, após reunião entre as lideranças do grupo.
"Acho que estamos todos vivendo a expectativa e, a partir da decisão, poderemos ter uma composição mais ampla ou menos ampla. O mais importante, agora, é firmar essa decisão entre Mendonça e Daniel, é a grande novidade nessa reta final e os dois estão com disposição de formar um palanque único", disse FBC.
O ex-senador Armando Monteiro Neto (PTB) também disse acreditar que a definição de um nome deve sair nos próximos dias. Ele está participando ativamente da composição da chapa e prega a unidade do grupo. "O problema é fechar o entendimento. Manter duas candidaturas é demais, porque já tem a de Patrícia Domingos e a de Marco Aurélio", comentou.
O grupo reúne DEM, PSDB, PSC, PL, PTB e Cidadania, que devem ir à mesa no próximo sábado (29). As negociações estão em andamento, mas alguns dos líderes partidários já externaram o sentimento de que uma oposição fragmentada pode favorecer nomes como João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT).
Ainda assim, a oposição ligada ao campo da centro-direita e direita não deve ter um único candidato na capital. A delegada Patrícia Domingos (Podemos) lançou sua pré-candidatura a prefeita e ficou mais distante de uma aliança com Mendonça e Daniel. Já o deputado Alberto Feitosa (PSC), mesmo sendo filiado a um partido do grupo, já disse não estar disposto a deixar sua postulação para apoiar outros nomes. O deputado estadual Marco Aurélio Medeiros (PRTB) também é pré-candidato e faz oposição ao PSB.
Na visão de Fernando Bezerra, pelo menos seis fortes candidaturas irão participar do processo eleitoral no Recife. "Temos de respeitar a decisão de Patrícia Domingo, já existe manifestação do Podemos de firmar a candidatura, mas ela se situa na oposição e terá todo o nosso respeito. Será uma disputa bonita, tem dois candidatos mais fortes na centro-esquerda, João e Marília, podemos ter dois no campo da centro-direita e um ou dois na direita, que seriam Marco Aurélio e Alberto Feitosa. Eles buscam essa sintonia com o seguimento mais próximo do bolsonarismo, do eleitor raiz de direita, como se diz. Teremos esse quadro de candidaturas, mas estamos animados de que nosso campo irá para o segundo turno", ressaltou.
O senador ainda falou sobre o papel de Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições 2020. O presidente não deve apoiar nenhum candidato oficialmente, mas, segundo Fernando Bezerra, no segundo turno isso pode mudar. "O presidente, nas conversas que tenho com ele, mostrou que quer participar das eleições municipais só no segundo turno. Nas capitais, ele não vai manifestar preferências ainda no primeiro turno por nenhum nome", destacou.
Pesquisa encomendada pelo Democratas no Recife mostrou que o pré-candidato mais associado a Bolsonaro é Mendonça Filho. Como a popularidade do presidente da República aumentou, segundo a última pesquisa Datafolha, isso pode vir a ser um trunfo ao ex-ministro.
"Essa associação é natural, Mendonça tem militância no campo conservador de muito tempo. Ele fez a campanha de Bolsonaro no segundo turno, mesmo sem sucesso na eleição para senador, mas foi o mais votado no Recife. Essa associação vai ajudá-lo, se for confirmado como o candidato do nosso grupo, visto que a popularidade do presidente pode ajudar quem estiver no mesmo campo político", concluiu Fernando.