Depois de três meses e meio sem titular, o Ministério da Saúde passará a ser liderado, efetivamente, pelo general Eduardo Pazuello nesta quarta-feira (16). A cerimônia está prevista para acontecer, às 17h, no Palácio do Planalto.
Pazuello assumiu interinamente o comando da pasta em 16 de maio, em meio à pandemia do novo coronavírus no Brasil, depois da saída do então ministro Nelson Teich, do qual era secretário-executivo. Inicialmente, ele havia resistido ser efetivado na pasta, mas foi convencido por Bolsonaro nesta segunda-feira (14).
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Nesses quase quatro meses, Pazuello defendeu o tratamento precoce de covid-19 e a autonomia de estados e municípios na adoção de políticas de isolamento social. Com ele à frente da pasta, o Ministério da Saúde estabeleceu uma nova diretriz com orientações para o uso precoce da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19, inclusive para casos leves. Ao mesmo tempo, o ministro destacou que não vê nada de errado em questionar o uso do fármaco para esse fim.
O general do Exército é o responsável pelas estratégias de condução do governo Federal durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo auxiliares palacianos, os convites para a cerimônia de posse do general Pazuello começaram a ser distribuídos já nesta segunda.
No dia 20 de maio, Bolsonaro disse que Pazuello iria ficar "por muito tempo" à frente do Ministério da Saúde. Depois de dois dias, o ministro Braga Netto (Casa Civil), disse que o general estava na posição "por tempo indeterminado", com a intenção de "acertar" a logística da Saúde.
Nascido no Rio de Janeiro, o general Eduardo Pazuello é formado na Academia Militar das Agulhas Negras, desde 1984. No Exército, Pazuello comandou o 20° Batalhão Logístico Paraquedista e foi Diretor do Depósito Central de Munição, ambos no Rio de Janeiro. Em 2014, foi promovido a General-de-Brigada e, em 2018, a General de Divisão. Antes de ir para o ministério, exercia o comando da 12ª Região Militar, em Manaus. Pazuello também foi coordenador logístico das tropas do Exército durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, além de ter coordenado as operações da Operação Acolhida, que presta assistência aos imigrantes venezuelanos que chegam a Roraima fugindo da crise política e econômica no país vizinho.
A ascensão de Pazuello demonstra a maior presença das Forças Armadas no governo de Bolsonaro. O general foi indicado pelo próprio presidente da República.
Além do novo secretário, outros membros do governo são oriundos das Forças Armadas: Hamilton Mourão (vice-presidente), Braga Netto (ministro da Casa Civil), Fernando Azevedo e Silva (ministro da Defesa), Bento Albuquerque (ministro de Minas e Energia), Marcos Pontes (ministro de Ciência e Tecnologia), Jorge Oliveira (Secretário-Geral), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).