Ibope/JC/Rede Globo: gestão do presidente Bolsonaro tem rejeição de 44% no Recife

Apoio do presidente, no entanto, pode beneficiar candidatos na disputa pela Prefeitura do Recife, diz especialista
JC
Publicado em 16/10/2020 às 6:39
POSTAGEM Presidente diz que operação queria escolher o PGR em 2019 Foto: CAROLINA ANTUNES/PR


O governo do presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido) segue não sendo bem avaliado pela população do Recife. Pesquisa Ibope/JC/Rede Globo divulgada nesta sexta-feira (16) mostra que 44% do eleitorado da capital considera a gestão ruim ou péssima. Para 30% dos entrevistados, o presidente conduz o País de forma ótima ou boa. Outros 25% avaliam o governo federal como regular e 1% não soube avaliar ou não respondeu. No entanto, na avaliação de especialista, o apoio do presidente a algum candidato a prefeito, em um eventual segundo turno na cidade, pode fazer a diferença.

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"Se Bolsonaro entra na campanha no segundo turno, ele faz diferença e a situação de disputa com um candidato que possa receber apoio de Bolsonaro assusta o PSB, assusta a esquerda, pois eles não querem atualizar a disputa de 2018, neste momento é desfavorável para eles, então o PSB não quer de jeito nenhum um candidato que receba o apoio do presidente, o melhor cenário é contra Marília", diz o cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Arthur Leandro.

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No levantamento anterior, divulgado no dia 2 de outubro, a gestão Bolsonaro aparecia com 43% do eleitorado classificando-a como ruim ou péssima, 28% dizendo que era regular e 29% considerando-a ótima ou boa.

Apesar de ter afirmado que se manteria longe das eleições municipais deste ano, o presidente tem o apoio disputado entre candidatos da direita à Prefeitura do Recife. Além de apostarem na polarização da eleição de 2018, as candidaturas bolsonaristas levam em conta que, mesmo com a rejeição, Bolsonaro também tem apliado seu capital político. Considerando todo o Nordeste, o cientista político destaca que o presidente está conseguindo reverter a popularidade inferior impulsionado pelo auxílio emergencial.

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"Isso se deve ao auxílio emergencial, que permitiu que ele falasse diretamente com eleitor mais pobre, que o desconhecia, que preferia Lula e o PT pelo Bolsa Família, mas agora prefere Bolsonaro, que pagou um valor maior. Esse eleitor mais vulnerável é muito pragmático nas suas escolhas, ele não é ideológico, é governista, sabe que precisa dos benefícios que tem, não pode abrir mão e tende a resistir às mudanças, já foi Lulista, Dilmista e agora é Bolsonaro", avalia.

Na disputa pela Prefeitura do Recife, ao menos cinco candidatos têm discursos alinhados ao do presidente: Mendonça Filho (DEM), Carlos Andrade Lima (PSL), Marco Aurélio (PRTB), Alberto Feitosa (PSC) e Delegada Patrícia (Podemos).

"Pode-se dizer que há uma tentativa de especular em torno do capital político do presidente, mas isso é feito sem apoio declarado no caso de todos os candidatos. O próprio PSL que era o partido do presidente não tem apoio e ninguém ligado a Bolsonaro. É uma disputa mais em torno do campo das ideias, de vincular à agenda conservadora nos costumes, liberal na economia… O que temos visto nas propagandas é isso, e não um apoio. Por trás dessa alternativa, tem uma mudança de perspectiva do eleitor", analisa o professor do Departamento de Ciência Política da UFPE Ernani Carvalho.

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