Por determinação da Justiça Eleitoral, o candidato a prefeito do Recife João Campos (PSB) obteve o direito de resposta em dois processos contra a candidata Delegada Patrícia (Podemos), por ofensa à honra. Com a decisão, a postulante perdeu tempo de propaganda eleitoral, que começou a ser usado como espaço para o esclarecimento dos fatos já na tarde desta quinta-feira (22) e em outros três momentos: na noite de hoje e na manhã e tarde da sexta-feira (23).
>>"Se o PSB governa a Prefeitura do Recife, foi porque as pessoas escolheram assim" diz João Campos em sabatina da TV Jornal nesta terça-feira
Foram dois processos com decisões favoráveis ao candidato da Frente Popular do Recife - números 0600037-76.2020.6.17.0007 e 0600022-28.2020.6.17.0001 - referente a uma propaganda da candidata do Podemos veiculada no dia 10 de outubro. Na peça, considerada com elementos "injuriosos e difamatórios", aparece uma pessoa ordenhando uma vaca, enquanto o locutor afirma: “Há mais de 20 anos o mesmo grupo político se reveza. Na Prefeitura do Recife, e nos cargos comissionados. Não está na hora de acabar com essa tetinha?", e, na sequência, há a apresentação da imagem de uma vaca no pasto, avançando com a aparição da candidata falando de corrupção.
A propaganda eleitoral sugeria que o grupo político do candidato João Campos, que está à frente da gestão da Prefeitura do Recife, estaria tirando vantagem indevida do poder público. “Se a propaganda eleitoral gratuita não se limita a reproduzir fatos noticiados pela mídia, imputando a candidato adversário a prática de ilícitos, ainda que indiretamente, defere-se o pedido de resposta”, diz o juiz da 1ª Zona Eleitoral do Recife, em sua sentença.
Desde o mês de setembro, a campanha do deputado federal João Campos lançou uma ação chamada de "Recife não tá pra Fake". Três dos processos já julgados são referentes à divulgação de que João Campos teria realizado uma festa de convenção que teria gerado aglomeração. No entanto, a convenção da Frente Popular foi realizada de forma remota, transmitida pelo Youtube, respeitando todas as regras de distanciamento social indicadas pelas autoridades sanitárias. Duas ações foram contra o Facebook e uma envolveu o Twitter. Todas foram julgadas procedentes.
“A gente não pode tolerar a produção de informação falsa. E isso não é só na política. Isso é na vida. Temos uma excelente oportunidade, na eleição, de mostrar que não compactuamos com isso e que combatemos a divulgação de inverdades”, afirmou Campos, em outra ocasião.