Passado o primeiro turno das eleições municipais no Recife, os partidos que ficaram de fora da disputa começam a se decidir se vão apoiar João Campos (PSB), Marília Arraes (PT) ou nenhum dos dois. O socialista conseguiu 29,17% dos votos válidos nesse domingo (15). A candidata petista sagrou-se em segundo lugar com 27,95% dos votos válidos.
O PSL Recife já tomou a decisão nesta segunda-feira (16), um dia após o pleito, e comunicou que não apoiará nenhuma das candidaturas no segundo turno da eleição na capital pernambucana. De acordo com Carlos Andrade Lima, candidato do partido no primeiro turno, a sigla não se sente confortável em pedir votos nem para João, nem para Marília, por conta da diferença entre pensamentos ideológicos.
"Vamos adotar a neutralidade neste segundo turno. Não nos sentimos cômodos em apoiar nenhuma das candidaturas abertamente. A esquerda defende o estado grande, gordo e inchado. Enquanto nós somos liberais, contamos com a iniciativa privada e temos bandeiras diferentes", afirmou Carlos Andrade Lima.
Outro que decidiu neutralidade no segundo turno foi o Democratas (DEM). O próprio candidato a prefeito do partido Mendonça Filho - que ficou em terceiro lugar na disputa e consequentemente fora do pleito - confirmou. "Nós não votaremos nem no PSB nem no PT. Nós vamos nos abster. O eleitor vai ter que decidir entre os dois. Mas do ponto de vista de posição partidária, não votaremos em nenhum. Eu sequer vou comparecer às urnas", disse Mendonça em pronunciamento nesta segunda-feira.
O PSTU vai seguir a mesma linha e pedirá que seus apoiadores votam nulo no segundo turno. Em comunicado, nesta segunda-feira, a sigla agradeceu os votos que recebeu e disse que as eleições são "um jogo de cartas marcadas a serviço dos ricos". De acordo com a sigla, João Campos é a continuidade "do projeto que ataca o serviço público e os servidores, que não resolveu os problemas mais importantes que a sociedade recifense padece". Ainda de acordo com o partido, Marília Arraes também não é opção porque, segundo o PSTU, "o PT durante esses anos todos esteve junto com o PSB. Já houve 12 anos do PT aqui na cidade do Recife e, nenhum desses problemas foram combatidos a fundo. Já tivemos 13 anos nacionalmente do governo do PT e mais uma vez não se resolveram a fundo os problemas que a classe", disse a nota.
O Partido Novo, que teve como candidato o procurador Charbel Maroun, se colocou como oposição tanto a João como a Marília e não apoiará ninguém no segundo turno. "Vou continuar sendo oposição à esquerda e votarei nulo no segundo turno", afirmou Charbel.
Os partidos que apoiaram Mendonça Filho no primeiro turno ainda vão bater o martelo sobre o apoio no segundo. O PTB, por exemplo, deve comunicar sua posição oficial nesta terça-feira (17), por meio do ex-senador Armando Monteiro Neto. O político deve fazer um comunicado no período da manhã.
Já o PSDB em Pernambuco cumprimentou, em nota, a votação e a campanha conduzida por Mendonça e Priscila Krause (DEM) no Recife e afirmou que durante a semana se reunirá para definir sua posição na eleição. O PL, liderado pelo prefeito reeleito de Jaboatão, Anderson Ferreira, também não se decidiu. Deve haver uma definição nesta semana, mas ainda não há previsão de quando, segundo a comunicação de Anderson.
O Podemos, partido que levou à disputa a Delegada Patrícia ainda vai definir a sua posição. Logo após o resultado do pleito, Patrícia já deixou claro que não nunca subiria no palanque do PT, nem do PSB. Mas, o presidente do partido em Pernambuco, o deputado federal Ricardo Teobaldo, ainda vai definir se a sigla segue a posição de Patrícia ou se apoiará algum dos candidatos.
Na chapa de Delegada Patrícia, além do Podemos, estava o Cidadania, partido do deputado federal Daniel Coelho. Segundo Coelho, a legenda ainda vai se reunir ao longo da semana para definir que rumo seguir. A decisão virá de forma colegiada entre a direção estadual e municipal do partido, bem como da escuta dos vereadores, segundo Daniel.
Já o candidato Thiago Santos, da UP, também disse que o partido ainda vai se reunir para fazer o balanço das disputas do primeiro turno e avaliar a posição no segundo turno da capital. A UP deve decidir a data da reunião apenas nesta terça-feira. Enquanto isso, o PCO realizará sua 31ª Conferência Nacional nos dias 21 e 22 de novembro para decidir, consultando toda a sua militância, sua política para o segundo turno.
O JC entrou em contato com o presidente estadual do PSC, o deputado federal André Ferreira, para saber a posição do partido, mas não obteve retorno. O candidato do partido no primeiro turno, Coronel Alberto Feitosa, já disse que não apoiará nenhum dos candidatos do segundo turno. "Reafirmo o compromisso de ser a nova voz da direita em Pernambuco para continuar fazendo oposição ao PT, de Marília Arraes, e ao PSB, de João Campos e Paulo Câmara. Aqui, reafirmo o meu posicionamento de não apoiar João nem Marília no segundo turno das eleições", afirmou Feitosa em nota.