A candidata a prefeita do Recife Marília Arraes (PT) comemorou o resultado da primeira rodada Pesquisa Ibope/JC/Rede Globo sobre o segundo turno na capital pernambucana, divulgada na noite desta quarta-feira (18). Na pesquisa estimulada, a petista aparece com 45% das intenções de voto, numericamente a frente de João Campos (PSB), com 39%. Os dois, porém, estão em uma situação de empate técnico, considerando o limite da margem de erro máxima de três pontos percentuais para mais ou para menos. As intenções de voto nulo somam 15% e os entrevistados que não souberam ou não quiseram responder correspondem a 1%.
Considerando apenas os votos válidos - excluídos os votos em branco, nulo e os indecisos - Marília apresenta 53%, enquanto João tem 47%. Neste caso, também é configurado um cenário de empate técnico.
Apesar disso, de acordo com essa apuração do atual momento, a petista larga na frente de João, diferentemente do resultado do primeiro turno, em que João teve mais votos. "A campanha tá bonita, tá mobilizando o Recife, e tenham certeza, vamos crescer muito mais", resumiu Marília.
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A deputada estadual Teresa Leitão (PT), aliada de primeira hora de Marília, a reconhece a disputa apertada, mas mostra-se otimista com o segundo turno. "Tem que subir mais para dar um conforto. Se bem que o tempo está ao nosso favor, porque essa tendência eu veio já nas últimas semanas e se isso se consolida, essa pesquisa pode animar mais ainda. Vamos administrando, temos 10 dias", projetou a parlamentar.
No recorte dos entrevistados por faixa etária, Marília tem maior popularidade entre os mais jovens, onde o índice é de 54%, maior do que a média. Já no quesito renda, a vantagem da petista é maior entre os entrevistados com renda familiar superior a cinco salários mínimos, chegando a 51%. O índice vai diminuindo à medida em que a renda diminui, sendo o menor percentual entre os entrevistados com renda familiar entre um e dois salários, de 43%. O contrário ocorre com João Campos. O socialista tem 44% das intenções de voto entre os eleitores com renda familiar de até um salário mínimo, e cai para 30% quando a renda é de mais de cinco salários.
Teresa Leitão diz que essa segmentação já era percebida. "Quem controla esse voto mais da periferia, que é o voto dos menos escolarizados são os candidatos a vereador, que leva o prefeito para essas áreas. Marília foi para muitas áreas de periferia, ela tem ido pessoalmente, mas o nosso exército de vereadores foi muito menos do que João Campos", explicou a deputada.
A coligação Frente Popular, liderada por João Campos, elegeu 25 vereadores na Câmara Municipal do Recife. Na coligação Recife Cidade da Gente, encabeçada por Marília, foram cinco eleitos, sendo três do PT e dois do PSOL.
"No primeiro momento era lá (periferia) que estava o vereador. Eu não sei se todos os vereadores vão voltar para a campanha de João Campos com a mesma ênfase. Sentimos uma mudança quando começamos a entrar na periferia e sobretudo com Lula e com a lembrança do que o PT fez para os mais pobres", afirmou Teresa.
A Pesquisa Ibope/JC/Rede Globo foi realizada entre os dias 16 e 18 de novembro com 1.001 entrevistados. O nível de confiança é de 95%. Esse índice aponta a probabilidade dos resultados retratarem o atual momento eleitoral. O levantamento está registrado no Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) sob o protocolo Nº PE 06514/2020.
Marília Arraes encontrou-se com mães e pais de alunos da rede municipal de ensino nesta quarta-feira (18), no bairro da Madalena, na Zona Norte do Recife, onde apresentou o seu Programa Florescer.
Uma das propostas do programa é zerar a fila de creches no Recife, atendendo toda a demanda de crianças de 0 a 4 anos de idade. "A primeira infância é a época que o ser humano mais aprende. Vamos zerar a fila de creches no Recife. É uma das propostas do Programa Florescer. Nossa gestão terá um compromisso muito importante com essas famílias", disse Marília.
O Programa Florescer também prevê a da construção de espaços comunitários em imóveis adaptados na cidade e a contratação das mães para trabalharem nessas creches. "Vamos criar esses espaços, adaptar imóveis, adequar imóveis que já existem, para que as mães da própria comunidade sejam capacitadas para trabalhar neles, com toda orientação pedagógica, e nutricional para essas crianças", explicou a petista. Inseridas no programa, essas mães terão acesso à políticas de assistência social, inclusive apoio para denunciar casos de violência doméstica, além de capacitação profissional.
Outro ponto é o de reestruturação das escolas e investimento nos profissionais da educação. "É preciso valorizar o professor, fazer concurso público, pagar o piso, respeitar o plano de cargos e carreiras. E também oferecer uma merenda de qualidade para as crianças", completou Marília.