O ex-senador Armando Monteiro (sem partido), que concorreu ao governo do Estado em 2014 e 2018 pelo PTB, afirmou na última segunda-feira (4) que não tem, por ora, a intenção de disputar o cargo novamente em 2022. Em entrevista ao JC, o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior de Dilma Rousseff (PT) demonstrou certa resistência em tecer comentários sobre o pleito do próximo ano, mas ressaltou que o grupo de oposição do qual faz parte tem muitos nomes novos que podem concorrer ao Palácio do Campo das Princesas, como os prefeitos Raquel Lyra (PSDB), de Caruaru; e Miguel Coelho (MDB), de Petrolina.
"Na minha avaliação, esse campo (de centro-direita) tem muitos quadros para apresentar para a disputa, no futuro. Há, inclusive, uma renovação, nomes qualificados, o que é uma coisa muito positiva. Dessa geração mais nova nós temos Raquel Lyra e Miguel Coelho. Em uma geração intermediária nós temos o Bruno Araújo (PSDB) ou o próprio Mendonça (Filho, DEM). Ao falar sobre isso, claramente eu dou a indicação de que precisamos de novos atores para esse processo", disse Armando.
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O ex-petebista afirmou, ainda, que não pretende ficar alheio ao processo eleitoral de 2020 e que deseja contribuir com as estratégias da oposição da maneira que for possível. "Eu não tenho projeto pessoal, individual. Eu vou atuar para aglutinar essas forças e construir uma candidatura, uma opção que possa representar uma soma para esse conjunto, assegurar que as oposições marchem com unidade, com uma candidatura que possa até ser unitária. Por isso eu digo que não estou me colocando, nem me coloco. Eu dei a minha contribuição, em momentos difíceis eu me apresentei, porque fui convocado. Mas quero cerrar fileiras ao lado desses companheiros e vou ajudar o projeto da forma que for possível", garantiu.
MUDANÇA EM 2020
Além de senador e ministro, Armando Monteiro já foi deputado federal e presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Senai e Fiepe. Em 2020, após 17 anos, deixou o PTB após desavenças com o presidente nacional da sigla, Roberto Jefferson, ocasionadas pelo posicionamento do ex-senador nas eleições do Recife, que optou por apoiar Marília Arraes (PT) no segundo turno. Ele ainda não escolheu uma nova legenda.
No período pré-eleitoral do ano passado, inclusive, Armando foi um dos principais apoiadores da candidatura de Mendonça Filho no pleito, defendendo até o último momento que o grupo de oposição saísse com apenas um nome na disputa. A ideia acabou não vingando, e o bloco lançou cinco nomes, mas não conseguiu chegar ao segundo turno. Até o momento, o coletivo ainda não definiu a estratégia que adotará para o pleito em 2022.