Pré-candidato à presidência do Senado, FBC pode ser o primeiro pernambucano no posto desde a redemocratização

Para disputar o cargo, porém, o senador precisará conquistar apoio interno e bater outros três postulantes do MDB, uma vez que o partido afirmou que lançará apenas uma candidatura nesta eleição da Casa Alta
Renata Monteiro
Publicado em 05/01/2021 às 13:20
De perfil conciliador, foi um exemplo de homem público. Com a trajetória marcada pela correção e a ética, Joaquim estava à frente de todos os debates sobre a política de Pernambuco", afirmou o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) Foto: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM


Como costuma ocorrer a cada dois anos, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal iniciaram o ano completamente imersos nas negociações ligadas às disputas pelo comando das Casas Legislativas. Na Câmara, dois candidatos devem concorrer ao posto, os deputados federais Baleia Rossi (MDB-SP) e Arthur Lira (PP-AL). Já no Senado, um pernambucano está entre os cotados para a disputa, Fernando Bezerra Coelho, mas como o seu partido, o MDB, decidiu ainda dezembro lançar apenas uma candidatura para o pleito deste ano, ele precisará conquistar apoio interno e bater outros três postulantes da legenda antes de ser confirmado na corrida pelo cargo.

Além de FBC, que é líder do governo Jair Bolsonaro (sem partido) na Casa, os senadores emedebistas Simone Tebet (MS), Eduardo Braga (AM) e Eduardo Gomes (TO) se apresentaram para disputar a sucessão de Davi Alcolumbre (DEM-AP). Se for confirmado pela agremiação e chegar a vencer a eleição no Senado, Fernando Bezerra será o primeiro senador de Pernambuco a assumir a presidência da Casa Alta desde a redemocratização, em 1985. Antes disso, o último pernambucano a ocupar o cargo foi o tio de FBC, Nilo Coelho, em 1983, quando o País ainda estava sob o regime militar.

>> Em Pernambuco, grupo de oposição ainda não tem estratégia para enfrentar o PSB nas urnas em 2022

>> Líder do Governo Bolsonaro, Fernando Bezerra Coelho declara neutralidade no segundo turno das eleições a prefeito do Recife

>> Ao lado de Bolsonaro, Fernando Bezerra diz que presidente tem "compromisso com os mais pobres"

>> Oposição fecha apoio à candidatura de Baleia Rossi para presidência da Câmara

>> 'Se Maia não deu andamento ao impeachment, é porque não deve ter nada que justifique', diz Arthur Lira, em entrevista ao JC

"O MDB tem amplas chances de, em parceria com outras frentes, apresentar um projeto de gestão para a mesa diretora que leve em consideração o empoderamento da bancadas e senadores a partir da tese da proporcionalidade, pois eu creio que exista, hoje, um protagonismo excessivo da presidência do Senado. É necessário que as deliberações do presidente da Casa façam eco às preocupações do governo brasileiro, para sairmos da pandemia com esperança de emprego, renda e estabilidade", afirmou FBC.

Atualmente, o MDB possui a maior bancada do Senado, com 13 senadores. De acordo com Fernando Bezerra, esse número deve crescer mais um pouco nesta quarta-feira (6), com as filiações dos senadores Rose de Freitas (ES), ex-Podemos, e Veneziano Vital do Rêgo (PB), ex-PSB. A caminho de Brasília, o senador pretende usar os dias que passará na capital federal para sentir o clima em torno da sua candidatura e "ver como as coisas estão evoluindo". O parlamentar acrescenta que o partido deve anunciar sua decisão entre os dias 15 e 20 de janeiro.

Além do MDB, o DEM já afirmou que terá candidato à presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), que conta com a bênção de Alcolumbre para a disputa. Para vencer a competição, marcada para o próximo mês de fevereiro, são necessários 41 dos 81 votos da Casa.

O movimento suprapartidário Muda Senado também prometeu lançar um nome e já tem vários pré-candidatos lançados, como os senadores Álvaro Dias (Podemos-PR), Mara Gabrilli (PSDB-SP) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE), por exemplo. Com 21 membros, o grupo tem encontrado resistência em conquistar votos de senadores de fora do coletivo, o que tornaria muito difícil a eleição de um dos seus integrantes.

HISTÓRICO

Desde a redemocratização brasileira, há 35 anos, apenas dois partidos foram eleitos para a presidência do Senado Federal, o MDB e o DEM. Das 20 eleições para o cargo que ocorreram de lá para cá, os emedebistas venceram 17, sendo 15 regulares e duas especiais, estas últimas realizadas para completar mandatos interrompidos pela renúncia do presidente no início da legislatura.

Um dos fatores que explicam essa hegemonia do MDB é o fato de que, recorrentemente, a sigla é a detentora da maior bancada do Senado. Segundo dados da Agência Senado, "foram 18 eleições da mesa diretora no início de cada legislatura desde 1985, e o partido chegou ao pleito em 1º de fevereiro com a maior representação na Casa em 16 delas. Uma das exceções foi o ano de 1997, quando tinha um senador a menos do que o PFL, e o resultado foi a primeira vitória de (Antônio Carlos Magalhães) ACM, representante da maior bancada".

TAGS
Fernando Bezerra Coelho Senado Federal eleição
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory