Em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (10), em São Bernardo do Campo (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu declaração do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) na qual questionou a honestidade de governos petistas. Lula afirmou que Ciro se acha “professor de Deus”, que precisa se reeducar caso queira ser presidente do Brasil e também pediu mais humildade do possível adversário na disputa presidencial de 2022.
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'“Não é possível alguém passar a ideia de que é tão inteligente, de que lê tanto, e ter as atitudes ignorantes que ele tem. Se fosse eu, diriam que é porque o Lula não é letrado, que só tem um vocabulário de três mil palavras, mas não, é ele; que acha que é professor de Deus”, disse Lula, pedindo a Ciro que trate as pessoas da forma como ele "quer ser tradado".
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, na última terça-feira (9) Ciro disse ser "bom para o Brasil" que alguém perseguido tenha um julgamento justo, referindo-se a Lula. Mas completou: "Não é que o Lula seja inocente, tem um brasileiro aqui que o conhece de longa data. A ladroeira e a corrupção faziam parte orgânica do modelo de poder do lulopetismo do governo Lula e do governo Dilma (...) A mim eles não enganam”.
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Nesta quarta-feira, o ex-presidente recomendou que o pedetista reveja sua postura durante entrevistas. “Ele não pode falar as meninices que achava engraçado quando era jovem. Se ele quer ser presidente, ele tem que respeitar as pessoas. Ele não pode ofender a Dilma como ofendeu”, disse, sem citar o caso específico. Esta semana o ex-ministro classificou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) como "outro aborto que aconteceu na história brasileira", durante entrevista.
Lula projetou ainda que caso o ex-ministro não se reeduque sofrerá prejuízos eleitorais. “Se ele não se reeducar sabe qual vai ser o fim do Ciro Gomes? Não vai ter apoio da esquerda, não vai ter a confiança da direita e vai ter menos votos na próxima eleição".
Para o ex-gestor, Ciro, hoje com 63 anos, tem tempo para "aprender que humildade não faz mal a ninguém”, mas que “se chegar aos 70 (anos) com essa atitude não vai aprender mais nada”.