A vereadora do Recife, Liana Cirne (PT), agredida com spray de pimenta por policiais militares durante a manifestação ocorrida no último sábado (29), contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), foi recebida pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), nesta segunda-feira (31). O encontro ocorreu no Palácio do Campo das Princesas onde a parlamentar entregou uma representação disciplinar contra os policiais envolvidos nos acontecimentos e uma solicitação de acompanhamento da sindicância instaurada pela Corregedoria da Secretaria de Defesa Social.
“Prestei minha solidariedade à vereadora Liana Cirne e assegurei a ela que o ocorrido no último sábado não é a postura institucional da Polícia Militar de Pernambuco. Todos os envolvidos já identificados foram afastados e a Corregedoria e a Polícia Civil estão atuando para apurar as demais responsabilidades. Repudiamos a violência e teremos uma investigação rigorosa de todos os fatos”, afirmou Paulo Câmara, ratificando a determinação de investigação rigorosa do caso.
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Liana Cirne esteve acompanhada do presidente da Câmara de Vereadores do Recife, Romerinho Jatobá (PSB), e também foi recepcionada pela vice-governadora Luciana Santos (PCdoB) e pelo secretário da Casa Civil, José Neto. Após a intervenção da Polícia Militar na manifestação, que pedia pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro, por mais vacinas contra a covid-19 e medidas mais efetivas por parte do governo federal para o enfrentamento da pandemia, o governador Paulo Câmara utilizou suas redes sociais para negar que tenha dado ordens para a ação truculenta da polícia. "Sempre vamos defender o amplo diálogo, o entendimento e o fortalecimento de nossas instituições dentro da melhor tradição democrática de Pernambuco", afirmou.
"A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social já instaurou procedimento para investigar os fatos. O oficial comandante da operação, além dos envolvidos na agressão à vereadora Liana Cirne, permanecerão afastados de suas funções enquanto durar a investigação", complementou. Os disparos efetuados pelos policiais atingiram o adesivador Daniel Campelo da Silva, 51 anos, e o arrumador Jonas Correia de França, 29, que estão internados no Hospital da Restauração com lesões grave nos olhos. Nenhum dos dois participava do protesto, apenas passavam pelo local na hora em que balas de borracha eram disparadas pela PM.