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Deputado diz que documentos sobre fraude na compra da vacina indiana Covaxin 'falam por si só'

Luis Miranda rebateu o secretário-geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, e afirmou que os documentos sobre indícios de irregularidades na compra do imunizante Covaxin "falam por si" e que o Brasil "saberá a verdade" na sexta-feira (25), dia do seu depoimento na CPI da Covid

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Estadão Conteúdo

Publicado em 23/06/2021 às 22:42 | Atualizado em 23/06/2021 às 22:43
Miranda disse ter provas para apresentar nesta sexta-feira (25), dia em que deve depor na CPI da Covid - Cleia Viana/Câmara dos Deputados

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) rebateu o secretário-geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, e afirmou na noite desta quarta-feira (23) que os documentos sobre indícios de irregularidades na compra do imunizante Covaxin "falam por si" e que o Brasil "saberá a verdade" na sexta-feira (25), dia do seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.

A declaração de Miranda veio após Onyx acusar o parlamentar, em pronunciamento nesta tarde, de denunciação caluniosa e fraude contratual nas denúncias sobre a aquisição do imunizante contra a covid-19.

"Sexta-feira o Brasil saberá a verdade e os documentos falam por si só... se ficarmos calados, já será suficiente para todos os brasileiros se revoltarem e ainda entender quem está atrasando o Brasil!!", alertou Miranda, em publicação no Twitter.

O parlamentar entrou em rota de colisão com o Palácio do Planalto ao denunciar ter informado ao presidente Jair Bolsonaro sobre a existência de um esquema de corrupção dentro do Ministério da Saúde para compra da vacina indiana.

Ao Broadcast Político, Miranda apontou que o chefe do Executivo, no entanto, teria ignorado o aviso e evitado responder o parlamentar, segundo relato de auxiliares ao parlamentar. Os termos do contrato supostamente beneficiariam a empresa responsável pela intermediação da compra do imunizante. Segundo mostrou o Estadão/Broadcast, o valor acertado pela compra das vacinas seria dez vezes maior que o anunciado pela farmacêutica seis meses antes.

A denúncia teria chegado ao deputado pelo seu irmão Luís Ricardo Miranda, que é servidor do Ministério da Saúde. Ele também foi convidado a depor na CPI da Covid na próxima sexta, para explicar a pressão que diz ter sofrido para liberar a importação da vacina Covaxin.

Ao falar sobre o assunto em coletiva de imprensa, Onyx Lorenzoni afirmou que o governo abrirá investigação pela Polícia Federal, Ministério Público e Controladoria-Geral da União para investigar o deputado e seu irmão.

"Eu quero alertar ao deputado Luis Miranda que o que foi feito hoje é, no mínimo, denunciação caluniosa. E isso é crime tipificado no código penal", disse o ministro. "Se tem um presidente que respeita o esforço de cada cidadão, esse presidente tem nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. E não vai ser um qualquer que inventa mentiras - talvez, quem sabe, quem vai definir é a perícia -, falsifica um documento e assaca contra a honra das pessoas e contra a integridade do presidente e nosso governo", reforçou.

Durante a coletiva, Onyx fez um alerta: "Luis Miranda, Deus está vendo. Mas o senhor não vai se entender só com Deus não. Vai se entender com a gente também. E vem mais: vai se explicar e vai pagar pela irresponsabilidade, pelo mau caratismo, pela má-fé, pela denunciação caluniosa e pela produção de provas falsas." Segundo o ministro, há indícios de adulteração dos documentos usados por Miranda nas conversas com assessores da Presidência da República para justificar a preocupação com a possibilidade de corrupção.

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