Com a antecipação do ato antes previsto para o 31 de julho, opositores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizam novas manifestações em todo o País no próximo sábado (3), o terceiro desta natureza neste ano. No Recife, a manifestação está confirmada, com concentração às 9h, na Praça do Derby.
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"No sábado, povo volta às ruas contra genocídio e corrupção de Bolsonaro", diz o PT-PE no seu perfil do Instagram.
A manifestação anterior, ocorrida em 19 de junho, terminou de forma pacífica, um cenário bem diferente do observado em 29 de maio, quando uma ação violenta da Polícia Militar resultou na perda parcial da visão de dois homens que sequer estavam participando do ato, atingidos por balas de borracha. A vereadora do Recife Liana Cirne (PT) também foi atingida com spray de pimenta.
A manifestação havia sido convocada por movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda, como as Frentes Povo sem Medo e Brasil Popular, Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares, PT, PSOL, Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Nacional dos Estudantes (UNE) e União dos Estudantes de Pernambuco (UEP).
Naquela semana, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou a não realização de qualquer ato público que provocasse aglomerações, tanto a contra Bolsonaro quanto a promovida por apoiadores do presidente, prevista para o dia 20 de junho.
Mas ainda assim, as pessoas foram às ruas. O Governo de Pernambuco enviou pela primeira vez Agentes de Conciliação para acompanhar o ato contra Bolsonaro e fazer a interlocução entre as autoridades e os manifestantes. A equipe é formada por 24 profissionais das secretarias de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, Justiça e Direitos Humanos, Defesa Social, Políticas de Prevenção à Violência e às Drogas, Casa Civil e do MPPE.
Oficialmente, a motociata "Motociata Acelera, Patriota!" foi cancelada pelos movimento Aliança por Pernambuco. Porém, apoiadores do presidente não vinculados a nenhum movimento realizaram a manifestação naquele dia. A concentração foi na orla de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR).
Antecipação
A antecipação do ato se deu pela tentativa de pressionar pelo impeachment de Bolsonaro, diante das novas informações apresentadas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid sobre envolvimento do presidente em supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin.
A comissão passou a investigar por que o Governo Federal deixou de comprar doses no ano passado e resolveu adquirir vacinas neste ano com preços maiores. Documentos do Ministério das Relações Exteriores obtidos pelo Estadão mostram que o governo comprou a Covaxin por um preço 1.000% maior do que seis meses antes era anunciado pela própria fabricante.
Os movimentos sociais que integram a campanha do "Fora Bolsonaro" devem se reunir na próxima quinta-feira (1º) para tratar da organização dos atos em várias cidades do País.
Integram o movimento as frentes Povo Sem Medo, Brasil Popular, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Coalizão Negra por Direitos, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), União Nacional dos Estudantes (UNE), a Central de Movimentos Populares (CMP) e a Uneafro Brasil.