A Procuradoria da República determinou a abertura de inquérito civil para apurar o suposto pedido de propina de US$ 1 por dose em negociação para compra de vacinas contra covid-19 da farmacêutica AstraZeneca. Na investigação, serão analisados os atos praticados pelo então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias.
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Segundo o órgão, outros agentes públicos e privados, em razão de suposta solicitação de vantagem econômica indevida de US$ 1,00 por dose de vacina, travada com Luiz Paulo Dominguetti Pereira, também serão investigados.
A procuradora Melina Flores analisou de forma preliminar os indícios e avaliou que há elementos para a abertura formal de uma investigação, sendo necessário aprofundar o caso com diligências.
Em nota, Roberto dias disse que "a abertura de inquérito civil pela Procuradoria da República no DF para investigar o suposto pedido de propina, foi recebido como uma oportunidade ímpar para esclarecer os fatos, oportunizando a manifestação de todos envolvidos para desmascarar a mentira criada por Luís Dominguetti".
Possível pedido de propina
Roberto Dias foi exonerado do cargo no Ministério da Saúde em 29 de junho, após Luiz Paulo Dominghetti ter concedido entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo". Dominghetti, que se intitula representante da empresa Davati Medical Supply no Brasil, disse que o diretor pediu propina de US$ 1 por dose de vacina para a empresa assinar contrato com o ministério.
À CPI da Covid, Dominghetti disse que procurou a pasta para negociar 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca. Em depoimento à CPI, na última quarta-feira (7), Dias negou o pedido de propina.
O ex-diretor chegou a ser preso na comissão, por ordem do presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), por falso testemunho. Dias passou algumas horas detido na Polícia Legislativa do Senado, mas depois foi liberado ao pagar fiança de R$ 1,1 mil.