Em busca de disputar o Senado pela Frente Popular, o deputado federal Silvio Costa Filho (Rep) se adiantou aos demais postulantes e foi até o Aeroporto do Recife receber o ex-presidente Lula (PT) em sua chegada ao Estado. Em 2018, o pai dele, o ex-deputado federal Silvio Costa disputou a Casa Alta com o slogan "o senador de Lula".
Silvio Filho deve ter uma conversa mais aprofundada com Lula nesta segunda-feira (16). No Congresso, ele tem sido uma das vozes do centrão a defender a busca do diálogo com Lula, que, até o momento, lidera as pesquisas de intenção de voto à presidência.
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"Fui recebê-lo e desejar boas-vindas. Foi um gesto de carinho e de respeito. Você sabe que eu tenho uma história ligada à centro-esquerda. Como vereador, fui da base de João Paulo. Depois, em 2006, votei em Humberto Costa para governador e em Eduardo Campos no segundo turno. Também apoiei Armando Monteiro quando ele disputou com apoio do PT", lembra o parlamentar.
Para atrair o apoio de Lula, Silvio tem como trunfo o fato de ele e o pai estiveram ao lado do PT em um dos momentos mais difíceis para a legenda, em 2016. Silvão foi um dos principais defensores da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) durante o processo de impeachment. No mesmo ano, enquanto vários aliados se afastaram dos petistas, Silvio Filho foi vice de João Paulo (hoje no PCdoB, mas de malas prontas para retonar ao PT) na corrida pela Prefeitura do Recife.
Concorrência
Mas Silvio Filho não deve ser o único deputado que Lula encontrará do centrão, grupo de partidos que hoje integram a base do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o petista também deve se reunir nesta segunda com o deputado federal Eduardo da Fonte, presidente estadual do PP. A conversa não foi confirmada pela assessoria do parlamentar, que não conseguiu localizá-lo neste domingo.
Eduardo da Fonte também sempre foi próximo de Lula no governo e, assim como Silvio Costa Filho, é pré-candidato ao Senado pela Frente Popular. A ligação com Lula fez com que, em 2012, quando o PT se dividiu internamente e perdeu o comando da Prefeitura do Recife, o PP foi um dos poucos partidos a seguir na coligação petista. Em 2016, porém, votou a favor do impeachment.
Durante a passagem por Pernambuco, o principal objetivo de Lula deve ser garantir o apoio do PSB para sua candidatura à presidência. Os socialistas ainda estão divididos. Embora nomes como o governador Paulo Câmara (PSB) sejam inclinados à aliança, o prefeito da Capital, João Campos (PSB), segue defendendo uma candidatura própria.