A capital pernambucana contou com três grandes atos neste 7 de setembro, dia que marca a independência do País. Os movimentos e partidos de direita fizeram uma passeata - liderada pela Aliança por Pernambuco e pelo Movimento Direita Pernambuco - e a carreata da "Independência Dia 07/Dia D pela nossa liberdade", organizada pelo B38. Ambas na Zona Sul do Recife. O terceiro grande ato foi a 27ª edição do Grito dos Excluídos e das Excluídas realizado pelo Fórum Dom Helder Camara e que contou com a participação de movimentos ligados à esquerda e à defesa dos direitos humanos.
Zona Sul do Recife
Grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tomaram conta da Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Convocados pelo chefe do executivo, manifestantes, em verde e amarelo, gritaram pelo fechamento dos poderes legislativo e judiciário, como o Supremo Tribunal Federal (STF), flertando com ações que aconteceram durante a Ditadura Militar no Brasil.
Dois atos aconteceram no local: a passeata liderada pela Aliança por Pernambuco e pelo Movimento Direita Pernambuco, e a carreata da "Independência Dia 07/Dia D pela nossa liberdade".
A Avenida Boa Viagem foi interditada pela Autarquia de Trânsito e Transporte (CTTU) a partir do encontro com a Antônio Falcão, mas, horas depois, a viatura saiu do local. Muitos manifestantes levaram faixas, camisas e cartazes com frases como "Meu partido é o Brasil", "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", além de fotos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Apoiadores pediam por liberdade de expressão e criticavam figuras da politica nacional, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM). No trio, a principal faixa dizia: "Lutamos com o presidente Bolsonaro pela nossa democracia", e pedem "liberdade" e afirmavam que grupos ligados à esquerda, "quase terroristas", estão censurando a população. Representantes das Forças Armadas também participaram do ato - alguns fardados.
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Derby
Na 27ª edição do Grito dos Excluídos e das Excluídas, que tem como tema "Vida em Primeiro Lugar", o principal pedido dos manifestantes no Recife foi pela democracia e pela saída do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) do poder. As reivindicações deste 7 de setembro também são comuns ao diretor estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Paulo Ubiratan - organização que é uma das apoiadoras do protesto.
"O grito nunca foi tão necessário. A vida se tornou pior nos últimos dois anos e o Brasil tem que ser mais inclusivo. E, este ano, estamos dizendo também que queremos a democracia”, afirmou o diretor em meio à Praça do Derby, Centro da capital pernambucana, onde ocorre a concentração do ato. No local, são tocadas músicas de Geraldo Vandré, Gonzaguinha e Alceu Valença, e participantes portavam bandeiras do Brasil e usavam camisetas com a frase "Fora Bolsonaro".
Segurança dos três atos
Ao ser questionada de como será a segurança dos três eventos, a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) informou, em nota, "que atuará, conforme planejamento operacional elaborado ao longo da semana para garantir que o exercício da democracia seja realizado de forma pacífica nas manifestações do feriado de 7 de setembro. O detalhamento de lançamento de efetivo não será divulgado por questões estratégicas. A PMPE não propaga previsão do número de participantes com expectativa em eventos, visando evitar especulações. O efetivo que será lançado nos locais atuarão dentro da técnica, legalidade, da prevenção à violência e proteção do cidadão. Isso baseado na recomendação recebida do Ministério Público de Pernambuco, solicitando uso moderado da força em caso de intervenção no terreno, observando o direito à vida, à liberdade e à integridade física da população, bem como à liberdade de expressão, manifestação do pensamento e de reuniões em locais abertos ao público".
Um dos últimos eventos promovidos por partidos de esquerda no Recife deixaram pessoas feridas em confronto com a PMPE, incluindo dois homens que iam passando no momento do protesto e perderam a visão: Daniel Campelo da Silva, de 51 anos, e Jonas Correia de França, de 29 anos.
O governo de Pernambuco já informou que só poderão participar dos protestos os PMs que estejam de folga. Nesta segunda-feira (6), o governador Paulo Câmara (PSB) disse que serão punidos todos os PMs que descumprirem a hierarquia no 7 de setembro.