Depois de flertar com o PSD e PSB, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) agora recebeu o convite do presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, para se filiar ao partido e também para tentar uma candidatura a vice na chapa do ex-presidente Lula (PT). A bancada do Solidariedade deve se reunir na próxima semana para tratar do assunto, informou o vice-líder, Augusto Coutinho.
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"Se vai se efetivar (a filiação), eu não sei, mas o convite existiu e vamos ver. A gente combinou de na próxima semana em Brasília, que vai ter um esforço concentrado, a gente sentar, conversar, ouvir toda a bancada sobre o tema", disse Augusto Coutinho ao JC, durante o primeiro dia da Fenearte nesta sexta-feira (10).
Para Coutinho - que também é vice-presidente do Solidariedade a nível nacional e estadual - a ida de Alckmin para as hostes do Solidariedade só teria pontos positivos. "Você trazer um político da estatura, da seriedade, da dimensão, tudo de bom que Alckmin tem, para mim é muito bom. Foi o meu candidato a presidente da República na última eleição. Tenho a maior admiração por ele, um homem sério, um homem correto", disse.
Ele evita, porém, tecer comentários sobre uma eventual chapa Lula-Alckmin. "Daí em diante, de ser vice de Lula, é uma coisa muito distante. Política não é assim, tem tantas envolvidas, mas eu acho que trazer para o partido é um grande ganho", disse.
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Federação
Augusto Coutinho acredita que o debate sobre as federações partidárias não pode ser evitado por nenhum partido, e deve ser feito também no Solidariedade.
"É um caminho sem volta no meu entender, não adianta a gente querer resistir a isso. Ou seja, vai ter de haver agrupamentos, se não houver agrupamentos, vai se perder bancadas. É natural que se perder bancada se perde deputados, e se perde deputados, perde força política e o partido corre o risco inclusive de se acabar ou ficar muito pequeno", projeta.
Ele já repudia qualquer federação com os partidos da base do presidente Jair Bolsonaro (PL). "A gente ver onde a gente precisa se enquadrar dentro da nossa linha ideológica de centro e onde é que a gente se enquadra. A gente não está na base do governo Bolsonaro e eu não vejo na bancada nenhuma intenção de ir para a base do governo Bolsonaro ou de algum alinhamento com partidos da base do governo, leia-se partidos do Centrão", afirmou.