Após definir quem será o candidato ao Governo do Estado pelo PSB, o governador Paulo Câmara terá que realizar uma reforma administrativa em seu último ano de gestão. Isso porque, pelos cálculos preliminares, dos 23 secretários estaduais ao menos cinco deles devem entregar os cargos a partir de abril - período de desincompatibilização eleitoral - para disputar as eleições proporcionais.
As mudanças dos titulares do primeiro escalão iniciará a partir da escolha do postulante majoritário, caso o governador bata o martelo pelo o nome do secretário da Casa Civil, José Neto (sem partido) - quadro apoiado internamente pelo próprio chefe do Executivo -, ou pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio (PSB), que tem seu nome sendo defendido novamente por aliados nos últimos dias.
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Já os outros auxiliares do governo devem disputar uma vaga no Legislativo. Ainda pelo PSB, os secretários estaduais de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, Sileno Guedes, e de Ciências, Tecnologia e Informação, Lucas Ramos, vão concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa de Pernambuco e Câmara dos Deputados, respectivamente.
A pasta de Ciência e Tecnologia que já foi comandada pela vice-governadora Luciana Santos, Marcelino Granja e José Bertotti, todos em uma composição com o PCdoB, poderá ser parte de uma nova negociação com os partidos da base. "A SECTI pode ser alvo de composição, se assim definir o governador Paulo Câmara. Mas o PSB tem ocupado com seus quadros posições estratégicas, especialmente no momento que a prioridade é a retomada econômica", declarou Lucas Ramos.
O Partido Socialista Brasileiro também tem como sua principal aposta na função de “puxador de votos”, o gerente de Projetos Especiais da Secretaria de Planejamento, Pedro Campos, irmão do prefeito do Recife João Campos.
Dentre as acomodações feitas para contemplar os partidos que formam a Frente Popular de Pernambuco, da cota indicada pelo PP, o secretário de Desenvolvimento Agrário Claudiano Martins Filho, que também é deputado estadual licenciado, deve entregar o comando da pasta para encarar a reeleição nas urnas.
Segundo o presidente estadual do PP, o deputado federal Eduardo da Fonte, quem também deve deixar a secretaria são o presidente do Instituto Agronômico de Pernambuco Kaio Maniçoba e o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural do IPA, Beto Accioly. “Nossa expectativa é de que o PP possa eleger 15 deputados estaduais e quatro deputados federais”, afirmou da Fonte. Ao ser questionado se a pasta continuaria na cota do Partido Progressistas, ele afirmou acreditar que isso seria possível, mas que esse assunto tem tempo e ainda será conversado com o governador.
Deputado estadual licenciado, o secretário de Turismo Rodrigo Novaes já havia definido pela reeleição, na tentativa de seu quarto mandato na Alepe.“Conversamos com nosso grupo político e definimos pelo caminho de concorrer a um novo mandato de deputado estadual. Ouvimos nossa base e o povo de Pernambuco. A decisão está tomada. Seguiremos, eu e meu grupo político, a liderança do governador Paulo Câmara, nosso comandante”, declarou Novaes, na época da decisão, em março do ano passado.
Entre os quadros incertos, está o secretário do Trabalho, Emprego e Qualificação, Alberes Lopes. Filiado ao PDT, o auxiliar ainda não definiu se concorrerá às eleições e tudo dependerá de como o partido montará sua chapa, caso o deputado estadual José Queiroz não tente a reeleição na Alepe e o deputado federal Wolney Queiroz seja escolhido como candidato ao Senado da Frente Popular.
A montagem da estrutura administrativa também levará em conta as definições dos candidatos a vice e ao Senado. Tendo uma frente ampla de partidos, que poderá contar com o retorno do PT, os apoios a nível nacional à candidatura do presidente Lula forem formalizados, o governador Paulo Câmara terá que equilibrar bem os acenos que pretende fazer para contemplar os aliados.
Direitos Humanos
Em entrevista ao JC, no mês passado, o governador Paulo Câmara afirmou estar estudando os nomes para assumir a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. A decisão seria tomada ainda em dezembro, mas até o momento o governo não se posicionou com relação ao futuro da pasta que esta interinamente sob a gestão do secretário-executivo Eduardo Figueiredo.
O ex-secretário Pedro Eurico, é acusado de violência doméstica contra sua ex-mulher, a economista aposentada Maria Eduarda Marques de Carvalho. Apesar do registro de vários boletins de ocorrência ao longo dos anos, o gestor afirmou que o governo só tomou conhecimento das denúncias depois que o caso veio à tona na imprensa.
"A gente sabe que esses boletins que existem são anteriores a 2010 e não tínhamos conhecimento. Pelo contrário, Pedro Eurico foi nosso secretário a partir de 2015, mas ele já estava no governo desde 2012. Ele fez um trabalho importante em todas as pastas que atuou. Nós não sabíamos efetivamente e repudiamos qualquer tipo de violência", declarou em entrevista.
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