Em convenção nacional, o PDT confirmou na tarde desta sexta-feira (21), em Brasília, a pré-candidatura do ex-governador do Ceará Ciro Gomes à Presidência da República. O evento também foi marcado por homenagens ao ex-governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola, fundador do PDT, que morreu em 2004. Se vivo, Brizola completaria 100 anos neste sábado (22).
"Acabamos de aprovar a pré-candidatura de Ciro Gomes, por unanimidade, por aclamação", anunciou o presidente nacional do PDT e ex-ministro, Carlos Lupi. O lema da campanha, divulgado nesta sexta, será "a rebeldia da esperança".
“Ciro é o mais rebelde dos políticos brasileiros. É um que traz a esperança de que é possível transformar o Brasil. Foi a rebeldia que fez com que Ciro realizasse, como governador, o que muitos diziam ser impossível”, disse o presidente do PDT.
- Lula seria o principal herdeiro dos votos de Ciro Gomes, aponta pesquisa
- Vídeo: após reclamar de falta de debate, Sergio Moro se nega a conversar com Ciro Gomes
- Em mensagem de Natal, Ciro Gomes destaca lado revolucionário de Jesus
- Aqui, onde Renan é esteio moral e Ciro Gomes é um poço de sensatez, Guido Mantega seria um ótimo ministro da Economia
- Ciro Gomes trabalha para ter Marina Silva como sua vice, diz jornalista
- O que Ciro Gomes tem feito para viabilizar sua candidatura à presidente?
Em pronunciamento no evento, Ciro fez ataques ao presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem acusou de conduzir uma "política genocida" durante a pandemia. E também ao ex-presidente Luiz Inácio da Lula (PT), de quem Ciro já foi ministro.
"Collor escancarou a porteira, Fernando Henrique preparou a mesa do banquete e Lula condimentou melhor os pratos. Depois de servir os tubarões, Lula distribuiu, com compaixão de filantropo, as sobras para os mais pobres. Por mais que tivessem personalidades e estilos diferentes, estes presidentes repetiram - e querem continuar repetindo - a mesma história. O mesmo modelo econômico e a mesma governança apoiada no conchavo e na corrupção", disse Ciro.
Entre os presentes no ato de lançamento da pré-candidatura de Ciro Gomes, estavam Cid Gomes (PDT-CE), senador; André Figueiredo (PDT-CE), deputado; Roberto Cláudio, ex-prefeito de Fortaleza (CE).
Ciro Gomes já foi candidato à Presidência em 1998, 2002 e 2018. Ficou em terceiro lugar em duas disputas, mas nunca conseguiu chegar ao segundo turno. No pleito mais recente, em 2018, teve como vice a senadora Kátia Abreu (TO). A chapa recebeu 13,34 milhões de votos e ficou em terceiro lugar, com 12,47%.
Confira o clipe da pré-campanha que foi lançado pela equipe de Ciro:
Promessas
Segundo Ciro Gomes, os inimigos a combater são a pobreza, a violência, a fome, a desigualdade, o desemprego, o subemprego, a péssima educação, a saúde precária, o baixo crescimento, a corrupção, o racismo, a opressão da mulher e a destruição das pessoas e do meio ambiente.
Durante o anúncio, ele disse saber da importância de um país viver sem inflação e com equilíbrio fiscal, mas prometeu acabar com o teto de gastos. "Prometo acabar com esta ficção fraudulenta chamada Teto de Gastos e colocar em seu lugar um modelo que vai tocar o país adiante, sem inflação e com equilíbrio fiscal verdadeiro. Chega dessa discussão farsante e primária entre Estado Mínimo ou Estado Máximo! O que nos interessa é o Estado Inteligente", comentou.
Ele também prometeu mudar a política de preços e de gestão da Petrobras. "Tremam de medo os tubarões que querem tomá-la dos brasileiros. Mas vibrem de alegria milhões de compatriotas que pagarão combustível mais barato e poderão gritar de novo: “O Petróleo é Nosso”. A corrupção no Brasil se expressa por uma aliança, um acerto, entre parcelas das elites políticas e econômicas para capturar e dominar o destino do país", afirmou.
Ciro Gomes
Para se lançar pré-candidato, Ciro teve de contornar resistências no próprio partido. Após reunião com a Executiva na segunda-feira, 17, parte do PDT unificou o discurso de apoio ao seu nome e a convenção deve afastar rumores de isolamento do pedetista.
Uma ala, no entanto, insiste em defender que a legenda não tenha candidato próprio e use o dinheiro do fundo eleitoral para investir no aumento das cadeiras na Câmara.
No cerne da resistência a um palanque próprio, além da divisão do fundo eleitoral, está o fim das coligações nas eleições proporcionais, o que, na avaliação de parlamentares da sigla, abre espaço para a busca por uma federação partidária, como a proposta pelo PT. O presidenciável, por sua vez, resiste.