CPI

Dulci Amorim impõe condição para apoiar CPI do Caso Beatriz e oposição pode não conseguir assinatura que falta

Para ser instaurada, a Comissão Parlamentar de Inquérito necessita obter 17 assinaturas. Caso a Assembleia dê o encaminhamento favorável à abertura, a comissão será constituída por nove membros titulares e pela quantidade de suplentes
Mirella Araújo
Renata Monteiro
Publicado em 07/02/2022 às 17:56
RECEIO Romero tem medo que, ao revelar nomes a Dulci, governo atue para que deputados retirem apoios Foto: ALEPE


A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o assassinato de Beatriz Mota, ocorrido há seis anos no município de Petrolina, no Sertão do Estado, tem passado por um entrave em relação às assinaturas necessárias para ser instaurada na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Segundo informações do deputado estadual Romero Albuquerque (PP), idealizador da proposta de criação da comissão, a deputada estadual Dulci Amorim (PT) teria garantido que seria a 17ª parlamentar a assinar favorável à CPI, entretanto, impôs uma série de pré-requisitos.

“Ela fez um vídeo, que me pegou de surpresa, dizendo que se ela fosse a 17ª poderia assinar. Quando informei que iria dar entrada, ela me mandou um áudio dizendo que eu não tinha autorização para incluir sua assinatura”, explicou Albuquerque.

“Não vou expor os dois parlamentares que assinaram, sem ter certeza de que ela vai nos apoiar. Porque corre o risco de o governo fazer pressão e eu perder as assinaturas. Não vou me submeter a esse pré-requisito colocando uma CPI em risco, por conta de uma vontade absurda”, completou o progressista. Ele também afirma que quem está se colocando favorável à discussão sobre a investigação do assassinato da menina Beatriz, em uma audiência pública, também deveria ser a favor da instalação da CPI.

Pelas redes sociais, a deputada Dulci Amorim, publicou um vídeo falando sobre os apelos que tem recebido dos pais de Beatriz, da sociedade e do deputado Romero Albuquerque. “Deixo aqui o pedido para que até amanhã, dia 7, no pôr do sol, se Romero me enviar um documento digitalizado com as 16 assinaturas, estarei assinando a 17ª”, declarou.

“Diante de todas as reivindicações feitas, e desse contexto atual que a gente está vivendo agora, achei salutar cancelar a audiência pública que seria realizada no dia 10/02”, completou no vídeo. No dia anterior, a parlamentar havia publicado uma nota de esclarecimento, informando que ela e o seu marido, o ex-deputado estadual Odacy Amorim, sempre estiveram acompanhando o caso e se colocando como “facilitadores do diálogo entre a família da menina e o governo estadual”.

 
 
 
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Ainda segundo Dulci Amorim, o resultado da audiência pública seria "determinante para vislumbrar a necessidade da realização de uma Comissão Parlamentar de Inquérito”. A convocação da reunião chegou a ser publicada no Diário Oficial deste sábado (5), assinada pela deputada estadual Jô Cavalcanti da mandata Juntas (Psol)

"O deputado Romero Albuquerque me garantiu que já obteve as 17 assinaturas e está nos trâmites de fazer o protocolo da CPI. Após isso, compete ao presidente Eriberto Medeiros (PP) instaurar a comissão e pedir as indicações aos líderes partidários. Tão logo isso aconteça, nós vamos indicar os membros interessados em participar do colegiado que vai investigar esse crime horrível, que de uma forma inexplicável demorou mais de seis anos para ser solucionado e gera muitas preocupações e dúvidas por só ter sido solucionado após a possibilidade de federalização estar iminente", afirmou Antônio Coelho (DEM), líder da oposição na Casa.

O líder do Governo na Alepe, o deputado estadual Isaltino Nascimento (PSB), foi procurado pela reportagem, mas afirmou que irá se manifestar quando o pedido de abertura da CPI for devidamente protocolado na Casa.

Caso a Assembleia dê o encaminhamento favorável à abertura, a comissão será constituída por nove membros titulares e pela quantidade de suplentes. No site www.casobeatriz.com.br, que foi criado para que a população possa acompanhar a movimentação dos parlamentares que são a favor ou contra a CPI, existem 13 assinaturas: a deputada estadual e coautora do pedido Clarissa Tércio (PSC); Joel da Harpa (PP), Pastor Cleiton Collins (PP); Alvaro Porto (PTB); Gustavo Gouveia (DEM); Alberto Feitosa (PSC); Wanderson Florêncio (PSC); Antônio Coelho (DEM); Priscila Krause (DEM); Alessandra Vieira (PSDB); e Manoel Ferreira (PSC).

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