Em entrevista à rádio 'Mais Brasil News', Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na manhã desta terça-feira, 24, que não vou pretende "misturar religião com política", caso seja eleito presidente da República nas eleições de outubro.
''Não vou misturar religião com política. Cada um segue a fé que quiser. O governante não tem que se meter nisso, nem ficar usando padre ou pastor. O governante tem que deixar as pessoas cuidarem da sua fé com paz e respeito, sem usar o nome de Deus em vão'', disse o petista.
Durante a entrevista, Lula fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e tratou de temas como legislação trabalhista e teto de gastos. O petista cobrou de Bolsonaro diálogo com prefeitos e governadores.
"Bolsonaro não percebe que governar o país exige responsabilidade, que é uma coisa séria. Há quanto tempo ele não conversa com prefeitos, governadores? Bolsonaro vive no mundo das mentiras que ele cria", disse.
Ele afirmou que, caso ganhe o pleito, irá reunir governadores para entender o que é prioritário na área da educação, da saúde e da infraestrutura em cada Estado.
Economia
Lula voltou a indicar que vai propor a revogação do teto de gastos públicos caso vença a eleição. "Um governo sério não precisa de teto de gastos. O teto de gastos foi uma forma que a elite econômica e política encontrou para evitar que o pobre tivesse aumento nas políticas sociais", comentou.
O teto de gastos foi criado no governo de Michel Temer (MDB), após o impeachment de Dilma Rousseff. Por meio da regra, o país não pode aumentar gastos e investimentos públicos da União pelo período de 20 anos - válido a partir de 2017.
Com o teto de gastos, o valor do orçamento só pode variar de um ano para o outro corrigido pela inflação do período. A medida faz com que as despesas do governo não tenham crescimento real.
A federação criada entre PT, PCdoB e PV, que apoia Lula, inclui propostas como revogar a reforma trabalhista.
Lula, por sua vez, fala em "readequar as leis trabalhistas para o mundo que temos". "E isso significa rediscutir uma legislação trabalhista junto com sindicalistas, empresários e com o governo. Não queremos voltar para o passado, queremos olhar para o futuro", disse o petista.