Para Raquel Lyra, negativa do PSB em apoiar a sua candidatura a prefeita em 2016 foi 'atitude machista'

Em entrevista a rádio local, a tucana disse que já sofreu várias vezes com o machismo na política, inclusive na primeira vez que disputou a Prefeitura de Caruaru
Renata Monteiro
Publicado em 15/06/2022 às 15:57
ENCONTRO Ex-prefeita de Caruaru confirmou que Simone Tebet deve visitar Pernambuco em breve Foto: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM


Pré-candidata a governadora de Pernambuco pelo PSDB, Raquel Lyra afirmou, nesta quarta-feira (15), que tem percebido na população das cidades por onde tem passado neste ano um desejo crescente pelo voto em mulheres, mas que, apesar disso, o machismo na política ainda é muito forte. A tucana disse, por exemplo, que já foi vítima de atitudes machistas em diversas oportunidades, como quando teve a candidatura a prefeita de Caruaru rifada pelo PSB em 2016, fato que a levou a deixar o partido.

"Nós temos, na política, um machismo fortíssimo. Nós estamos mais uma vez vivendo um momento de machismo quando se diz, por exemplo, que eu não serei mais candidata, que eu estou colocando uma pré-candidatura ao governo, mas na verdade vou compor para o Senado. Isso nunca saiu da minha boca. Nunca saiu da minha boca que eu seria candidata a senadora da República, embora este seja um cargo honroso, ou que seria candidata a vice-governadora. Eu sou pré-candidata a governadora de Pernambuco", pontuou Raquel, durante entrevista à Rádio Folha.

Em seguida, a postulante relembrou outros momentos em que sentiu que estava sendo vítima de machismo na vida pública. "Eu vou passar por isso como passei pela campanha a prefeita de Caruaru, quando primeiro diziam que eu não seria candidata, me tiraram o partido, numa atitude machista, para eu não ser eleita. Depois disseram que eu não governaria, que quem governaria, que seria o meu pai. Depois disseram que o vice governaria porque eu estava grávida, pois engordei durante a campanha. Esse é mais um capítulo que eu estou vivendo com viés machista, dizendo que eu não tenho coragem de ser pré-candidata a governadora e que logo mais à frente abdicarei dessa postulação", destacou.

Raquel usou o espaço para detalhar, também, algumas das ações que pretende implementar para auxiliar as pernambucanas caso seja eleita governadora. "Precisamos construir um Estado e um país melhor para as mulheres. Construir vagas de creches, garantir uma rede de saúde materno-infantil e permitir o direito de nascer, promover um melhor acolhimento de políticas públicas para as mulheres mais vulneráveis, vítimas de violência, inclusive criando oportunidades para que ocupem o mercado de trabalho", frisou.

Na ocasião, a pré-candidata, que estava acompanhada pela deputada estadual Priscila Krause (CID), demonstrou mais uma vez nutrir o desejo de ter a parlamentar na sua chapa, seja na vaga de vice ou como postulante a uma cadeira no Senado. Priscila, no entanto, evitou dar detalhes sobre o seu futuro político e limitou-se a afirmar que o mais provável é que ela concorra à reeleição na Assembleia Legislativa.

Raquel declarou, ainda, que tem mantido o diálogo aberto com a senadora Simone Tebet (MDB), pré-candidata a presidente apoiada pelo PSDB, que ela deve visitar Pernambuco em breve e que estará ao lado da emedebista, e ainda que o MDB estadual tenha se negado a desembarcar da Frente Popular para apoiar o seu projeto eleitoral. A tucana declarou, porém, que não descarta a adesão de nenhum partido até as convenções, que podem ser feitas até agosto.

TAGS
raquel lyra eleições 2022
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory