Escolhido como pré-candidato a senador na chapa encabeçada por Raquel Lyra (PSDB) em Pernambuco, Guilherme Coelho (PSDB) afirmou nesta quinta-feira (28), no Recife, que deseja ocupar uma das 81 cadeiras do Senado Federal para incentivar o setor agrícola do Estado e possibilitar a geração de emprego e renda, sobretudo para as camadas mais pobres da população. “Pernambuco está dormindo em relação ao agro e à agricultura. E ele tem um potencial enorme. É a cana-de-açúcar, são as aves, a fruticultura, a bacia leiteira, tudo isso eu percorro, estudo, vejo, e vamos, com certeza, fazer com que todas essas áreas possam melhor”, declarou.
Natural do Recife, Guilherme Coelho tem as suas bases políticas fincadas no Sertão do São Francisco. Ele é engenheiro agrônomo e atua como empresário da fruticultura da região, produzindo uva e manga, mas foi prefeito de Petrolina por dois mandatos (1989/1992 e 1997/ 2000) e deputado federal entre 2016 e 2018.
O tucano é primo do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), pai de Miguel Coelho (União Brasil), também pré-candidato a governador e ex-prefeito de Petrolina. Até 2016, os grupos políticos de Guilherme e FBC eram rachados, mas se reconciliaram naquele ano, com a primeira vitória majoritária de Miguel.
Em 2022, no entanto, a relação voltou a ficar estremecida quando Guilherme anunciou apoio à pré-candidatura de Raquel, movimento que gerou uma reação quase imediata: o prefeito Simão Durando (UB), aliado de primeira hora do grupo de FBC, exonerou os indicados que Guilherme possuía na gestão municipal.
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Ao longo da pré-campanha de Raquel Lyra, já era dada como certa a presença da deputada estadual Priscila Krause (CID) na majoritária, tanto pela relação política e pessoal construída entre as duas, quanto pela presença constante da parlamentar nos compromissos públicos da tucana. O segundo nome a compor o grupo, no entanto, parecia uma conta mais difícil de fechar.
Hoje, Raquel explicou que, entre outras coisas, na escolha de Guilherme Coelho pesou tanto o seu histórico político, quanto o fato de o ex-prefeito ter as suas bases no Sertão, fazendo com que a chapa tenha a representação de praticamente todas as regiões do Estado. “Guilherme já estava no PSDB quando eu entrei no partido e é alguém que sempre se colocou à disposição desse desafio que é mudar Pernambuco para melhor, apresentando estratégias como quem sabe entregar, como quem já tem experiência comprovada e pode mostrar resultados em áreas fundamentais da vida do nosso povo, que são a geração de empregos, a saúde, a infraestrutura e a segurança pública. Para mim foi uma alegria encontrar Guilherme e Priscila para representar esse Pernambuco todo, tão grande, tão diverso e que precisa ser enxergado por inteiro”, declarou a ex-gestora.
Questionado durante coletiva à imprensa se não teria receio de iniciar uma campanha majoritária a pouco mais de dois meses para o pleito, Coelho disse que a palavra “difícil” não faz parte do seu vocabulário. “Difícil para mim não existe. O que existe é você colocar o trabalho em cima do que é difícil, porque aí o difícil fica bem pequenininho. Eu não tenho dificuldade nem limite para trabalhar, para andar e levar a proposta da nossa chapa. E eu falo isso sob a perspectiva de alguém que mora em um lugar que era seco e agora tem o maior PIB agrícola do Brasil. Foi uma transformação, por isso a gente já está habituado a lutar contra a adversidade e vencer. A gente tem esse espírito, parece que é do DNA da gente”, cravou.
Os nomes de Raquel, Priscila e Guilherme Coelho, assim como os dos pré-candidatos proporcionais do PSDB e Cidadania, serão homologados no próximo sábado (30), na convenção da federação partidária. O evento será realizado a partir das 9h, no Clube Português, no Recife.
Armando Monteiro
Segundo informações de bastidores, há cerca de um mês o nome do ex-senador Armando Monteiro (PSDB) era o mais cotado para ocupar a vaga de candidato ao Senado na chapa de Raquel. Os motivos que levaram à mudança de rumo não ficaram claros, mas durante o evento de hoje, do qual o ex-parlamentar participou, era perceptível o esforço dos membros da chapa em ressaltar a importância de Armando para o grupo, ainda que ele não faça parte da majoritária.
Na ocasião, a pré-candidata a governadora chegou a elogiar a “a enorme largueza política” e o “espírito desprendido” do aliado. “Eu gostaria de cumprimentar o senador Armando pela enorme largueza política e pelo espírito desprendido de quem está há pelo menos 15 meses trabalhando diuturnamente e incansavelmente para a gente construir o que vai nos levar adiante. Então, Armando, você tem o meu carinho, o meu respeito e a minha gratidão”, frisou Raquel.
De acordo com Priscila Krause, o ex-senador, que não vai concorrer a nenhum outro cargo no pleito deste ano, deve ter participação ativa na campanha, ajudando a divulgar as propostas do grupo pelo Estado no pós-convenção. “(Durante a campanha) Vai ter hora que a gente vai se dividir para somar, em que vai estar cada um em um local. Mas a gente tem o privilégio de ter um grupo, uma aliança política que nos permite ter os três pré-candidatos e mais algumas pessoas que também se somam a isso e podem fazer esse trabalho. E aí eu queria citar o papel do ex-senador Armando Monteiro nessa costura, nesse contexto e nessa ocupação de espaço para que a gente chegue a Pernambuco inteiro”, explicou.
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