"Eu ainda não estou à frente das pesquisas, mas daqui a pouco vou estar. O jogo está só começando". Passava das 20h, quando o candidato da Frente Popular ao governo de Pernambuco, Danilo Cabral (PSB), deu o seu recado aos militantes, apoiadores, e companheiros de chapa que lotaram o Clube Português, no Recife, durante a convenção que oficializou o nome dele como candidato ao governo, Luciana Santos (PC do B), como vice governadora, e Teresa Leitão (PT) para a vaga do Senado.
A convenção da Frente Popular se destacou por apresentar seus candidatos como representantes de um projeto político vitorioso, mas não fugiu muito do tom adotado durante a passagem de Lula por Pernambuco, há duas semanas atrás. Inclusive, vários vídeos do petista afirmando que seu candidato é Danilo Cabral, foram veiculados durante o evento.
Nomes como o do governador Paulo Câmara e o do ex-prefeito do Recife, Geraldo Júlio, que pouco apareciam na pré-campanha, foram citados e elogiados algumas vezes como gestores exemplares.
As menções foram feitas principalmente por aliados, como o presidente estadual do MDB e ex-vice-governador da primeira gestão do chefe do Executivo, Raul Henry.
“Pernambuco se manteve de pé porque teve à sua frente um governador competente, íntegro e trabalhador, que atravessou todas as crises e manter Pernambuco em pé”, comentou o emedebista.
Cercado por dezenas de apoiadores, entre prefeitos, candidatos, familiares e muitos militantes que lotaram o palco do Clube Português, Danilo Cabral começou seu discurso enaltecendo o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, João Campos. Ele ainda agradeceu a confiança da Frente Popular de Pernambuco por ter sido o candidato escolhido para disputar esta eleição.
Durante toda a convenção, Danilo foi apresentado como um candidato legítimo, escolhido para dar continuidade ao legado dos que ocuparam cargos majoritários na Frente Popular, desde Pelópidas e Arraes, passando por Jarbas Vasconcelos, Eduardo campos, Geraldo Júlio e chegando a João Campos.
Danilo reafirmou a caminhada de seus antecessores que "precisa ter continuidade". E se referiu a ele mesmo como "representante de um time vitorioso, o time que mais ganhou eleições em Pernambuco e mudou a vida das pessoas", afirmou o candidato.
"Em 2006 nós estávamos aqui, neste mesmo lugar, junto com Eduardo Campos. Fui o coordenador geral da campanha de Eduardo naquele ano. Poucos apostavam na vitória de Eduardo. Aquela foi uma campanha histórica e precisamos tirar lições dela", disse Danilo Cabral, se referindo a disputa pelo governo onde o candidato Eduardo Campos não aparecia entre os favoritos no inicio, mas chegou ao segundo turno com o então vice governador Mendonça Filho e venceu a eleição com 65% dos votos.
"Quando a gente fala que aqui tem uma frente é porque aqui não tem o projeto de uma fulana, ou de um fulano", provocou Danilo Cabral. Sem citar nomes, Cabral valorizou o fato de nunca ter saído do PSB. "Eu eu faço partido político, não faço projeto pessoal. Luciana [Santos] é assim também, sempre foi do PC do B, e Teresa também sempre foi do PT. Você tem que escolher certo, se não acontece o que aconteceu com o Brasil, e agora a gente tá aí pagando", discursou.
Mais uma vez, citando Paulo Câmara, Danilo Cabral afirmou que "com todas as crises e desafios ,graças aos 8 anos de Paulo Câmara Pernambuco está de pé". Ele ainda ligou a disputa local ao cenário nacional "Se esta eleição é a mais importante para o Brasil, é a mais importante para Pernambuco também. Não podemos entregar isso aqui a quem não sabe fazer nada", disse Cabral.
No encerramento, o candidato do PSB procurou demonstrar entusiasmo com a campanha. "Tem gente que canta vitória antes do tempo. Eu vi tanta gente cantando vitória em 2006, em 2014... aviso a eles: o jogo está começando agora. Vocês já jogaram aqui, mas como não tiveram seus projetos pessoais atendidos, largaram a frente popular", mandando mais um recado velado a candidata Marília Arraes (Solidariedade), que lidera as pesquisas de intenção de voto.