Antes mesmo de iniciar oficialmente a corrida eleitoral pelo Palácio do Campo das Princesas, a deputada federal Marília Arraes (SD) já vinha deixando claro que não iria abrir mão de associar a imagem do seu palanque com a do ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT), candidato à Presidência da República.
No entanto, Marília Arraes não integra mais o Partido dos Trabalhadores desde que decidiu lançar sua candidatura ao Governo de Pernambuco. Apesar de insistir no uso do vermelho, na exibição das tolhas em que aparece junto o líder petista, e o famoso "L" feito com as mãos, ela concorre pelo Solidariedade.
- Em vídeo, Raquel Lyra desafia Marília Arraes para debate
- Chapa de Marília Arraes é impedida de dizer que André de Paula é o candidato de Lula ao Senado em Pernambuco
- Volta a circular vídeo em que Marília Arraes fala sobre aborto
- Marília Arraes e André de Paula participam de caminhada em Ponte dos Carvalhos, na RMR
Antes de deixar o PT, Marília Arraes havia sido indicada pelo partido para compor a vaga para o Senado Federal na chapa de Danilo Cabral (PSB). Ela não aceitou a decisão e acusou a legenda de utilizar seu nome indevidamente, sem consultá-la sobre essa negociação com os socialistas.
A então petista, chegou a se encontrar com o ex-presidente Lula, em São Paulo, para comunicar sua disposição a concorrer como governadora de Pernambuco, mesmo que sob o custo de deixar o PT - o que ocorreu logo em seguida, se filiando ao Solidariedade, que até então integrava a base da gestão estadual do PSB.
Mesmo após romper com o PT, Marília Arraes sempre ressaltou que não havia cortado laços com o ex-presidente Lula e que sempre esteve do mesmo lado.
Como Solidariedade integra a coligação Brasil da Esperança, que tem a chapa encabeçada pelo ex-presidente Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), como candidato a vice, Marília Arraes não vê impedimentos para continuar fazendo palanque para o líder petista em Pernambuco.
Busca pela foto
Os momentos em que esteve com Lula, inclusive, não passaram despercebidos , a exemplo da solenidade em que o seu novo partido oficializou o apoio a candidatura do petista. Em um determinado momento, a deputada federal colocou um chapéu de palha com os dizeres "Lula + Arraes", no ex-presidente.
Em outra oportunidade, quando Lula e Geraldo Alckmin estiveram reunido com a bancada do Congresso Nacional, em Brasília, a foto ao lado dos dois logo viralizou em suas redes sociais.
Até mesmo nos atos públicos realizados pelo ex-presidente Lula, em sua passagem por Pernambuco, no mês de julho, Marília Arraes "se fez presente", tendo seu nome enaltecido por parte da militância, enquanto Paulo Câmara, Danilo Cabral e João Campos eram vaiados.
No entanto, vale lembrar que o número que irá aparecer nas urnas acompanhado da foto de Marília Arraes, não é o 13, que pertence ao PT e o seus candidatos, mas o número 77 do partido Solidariedade.
IMPEDIMENTOS NA JUSTIÇA
A postura adotada pela candidata a governadora Marília Arraes, não deixa de causar reação ao palanque da Frente Popular de Pernambuco, que conta oficialmente com o apoio do ex-presidente Lula.
Em todos os atos de campanha e até mesmo no guia eleitoral, o candidato a governador Danilo Cabral, a candidata a vice, Luciana Santos (PCdoB) e a candidata ao Senado, Teresa Leitão (PT), reforçam para a população de que Lula tem apenas um palanque no Estado.
“Lula teve aqui para dizer que ele vai ser presidente da República, e esteve aqui para dizer que ele só teve um candidato: Danilo Cabral. É Danilo que representa o reencontro de Pernambuco com o Brasil”, disse a candidata a reeleição, Luciana Santos (PCdoB), durante a primeira caminhada realizada após o inicio oficial da campanha eleitoral.
Mas não é apenas no discurso que Frente Popular tem brigado para distanciar a imagem de Marília Arraes da do ex-presidente Lula.
No dia 25 de agosto, a Justiça Eleitoral proibiu a militância da candidata a governadora de Pernambuco, de usar camisas com o símbolo e a sigla do Partido dos Trabalhadores para distribuição de material de campanha e também portando bandeiras.
- PESQUISA IPEC GOVERNADOR PERNAMBUCO: veja quem é o candidato mais rejeitado
- Agregador de pesquisas JC: veja como está a disputa pelo Governo de Pernambuco e Senado
- PESQUISA IPEC PRESIDENTE 2022: confira as intenções de votos atualizadas
- PESQUISA PRESIDENTE 2022: veja cenários de segundo turno com Lula e Bolsonaro
- Agregador de pesquisas JC: veja como está a disputa pela Presidência no Nordeste
Nessa terça-feira (30), outra determinação da Justiça também envolvia o uso da imagem do candidato a presidente da República pelo PT.
O desembargador eleitoral auxiliar da propaganda, do Tribunal Regional Eleitoral em Pernambuco (TRE-PE), Rogério Fialho Moreira, acatou pedido da candidata do PT ao Senado, Teresa Leitão, para que o candidato a senador André de Paula (PSD), da coligação "Pernambuco na Veia" (Solidariedade, PSD, Avante, Agir, PMN e Pros), fique impedido de veicular peça publicitária na qual se identifica como o candidato de Lula em Pernambuco na disputa pelo Senado Federal.
O descumprimento pode acarretar pagamento de multa de R$ 1 mil ao dia, a contar do guia de TV que será veiculado a partir de dois de setembro.
"No trecho em que o locutor afirma que “André o senador de Marília, Lula e de todos os pernambucanos” há uma clara tentativa de causar na opinião pública, um estado mental que leve à conclusão de que o candidato André de Paula é o candidato ao senado de Lula em Pernambuco. Nesse trecho específico, não há uma afirmação de apoio do representado ao candidato a Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, muito pelo contrário, há afirmação inconteste de que André de Paula é o senador de Lula", explicou o desembargador.