A menos três semanas do primeiro turno da eleição presidencial, o Supremo Tribunal Federal terá nova presidência. Quem assume a cadeira mais alta da corte é a ministra Rosa Weber, responsável por conduzir os trabalhos do judiciário em meio a um período turbulento.
Somente nas últimas semanas, conta-se o rescaldo dos atos bolsonaristas no 7 de Setembro, alguns deles com faixas com ataques à corte. Dona de um estilo discreto, avessa a exposições - pistas de como será sua gestão - Rosa Weber tem sua cerimônia de posse marcada para as 17h. A solenidade será transmitida ao vivo.
O Supremo espera receber 1.300 convidados, entre chefes de Poderes, presidentes dos tribunais superiores e candidatos à Presidência da República. De acordo com o UOL, Lula (PT) e Simone Tebet (MDB) não devem comparecer à posse de Rosa Weber. Os candidatos à presidência, assim como presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), foram à posse do ministro Alexandre de Moraes na Presidência do Tribunal Superior Eleitoral.
Com 73 anos, Rosa foi indicada ao Supremo ela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2011. Nos últimos dois anos, exerceu a vice-presidência da Corte máxima como braço-direito de Luiz Fux, que participou de sua última sessão plenária enquanto chefe do STF na quinta-feira, 8. Com a posse, a ministra recebe os processos que estão no gabinete da Presidência, 4.071.
O vice da magistrada será o ministro Luís Roberto Barroso, que já foi um dos alvos preferenciais de ataques de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, especialmente quando presidiu o Tribunal Superior Eleitoral. Rosa Weber já ocupou tal função, entre agosto de 2018 e maio de 2020, ou seja durante as eleições que alçaram o atual chefe do Executivo ao Planalto.
A gestão de Rosa Weber à frente do STF vai durar pouco mais de um ano - em outubro de 2023, a magistrada completa 75 anos, ocasião na qual vai se aposentar compulsoriamente. Até lá, também vai presidir o Conselho Nacional de Justiça.
Com a posse da ministra nesta segunda-feira, 12, as duas principais cortes superiores do País serão comandadas por mulheres. No último dia 25, a ministra Maria Thereza de Assis Moura assumiu a presidência do Superior Tribunal de Justiça.
Rosa é a terceira mulher a ocupar uma cadeira no STF e também a chefiar a corte - sua colega, Cármen Lúcia foi indicada ao STF em 2016 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e chefiou a Corte entre 2016 e 2018; Ellen Gracie, indicada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foi ministra do STF entre 2000 e 2011, Exercendo a presidência do tribunal entre 2006 e 2008.