JULGAMENTO

Caso Tamarineira: vítima e testemunhas são ouvidas em audiência

O motorista responsável por causar o acidente será o último a ser ouvido. A previsão é de que a audiência encerre nesta segunda-feira, sem adiamento

JC Online
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Publicado em 07/05/2018 às 14:07
Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Após pouco mais de 5 meses do acidente que matou três pessoas, no bairro da Tamarineira, na Zona Norte do Recife, acontece a primeira audiência de instrução e julgamento do motorista responsável pela tragédia. O estudante universitário João Victor Ribeiro de Oliveira Leal, de 25 anos, é julgado nesta segunda-feira (7), no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, localizado em Joana Bezerra, na área central da capital.

A audiência, que teve início às 9h, conta com a participação do acusado e de testemunhas. O primeiro a prestar depoimento foi a vítima Miguel Arruda da Motta Silveira, de 46 anos, motorista do veículo atingido, que solicitou que o réu não estivesse presente no local.

No total, serão 18 testemunhas de acusação e 11 testemunhas de defesa para serem ouvidas. Também serão registrados alegações do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O último a falar será o universitário, caso não opte pelo silêncio. A audiência tem previsão de término para esta segunda-feira (7) e não deve se estender para outros dias. 

No prazo de dez dias a acusação e defesa terão que apresentar alegações finais.  A sentença final ficará a cargo do juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti, da 1ª Vara do Júri da Capital, que decidirá se João Victor irá a júri popular.

"Toda fase desse processo vai ser um momento de sofrimento para Miguel"

De acordo Ademar Rigueira, advogado de Miguel e assistente de acusação, o relato das testemunhas fará com que se comprove que o estudante agiu com intenção. "Não é só esse fato isolado. Ele saia, bebia, dirigia velozmente. Ele estava pouco se incomodando com o resultado que poderia provocar", conta o advogado. 

"Toda fase desse processo vai ser um momento de sofrimento para Miguel", diz o advogado. Para testemunhar, Miguel trará à tona os fatos e problemas vivenciados no acidente. Ainda de acordo com o advogado, pessoas vieram à procura dele para contar fatos que aconteceram antes do acidente, em que João Victor estava envolvido sob estado de embriaguez e alteração no comportamento. 

Com a posse de relatos importantes, Ademar ainda destaca que testemunhas podem comprovar que este não foi um caso isolado. "Não foi a primeira vez. Isso vinha se repetindo na vida deste rapaz, e quando aconteceu de novo, acabou com a vida de uma família praticamente".

Relato de testemunha

Uma das testemunhas de acusação conta que foi alvo de ameaças por parte de João Victor cerca de 40 dias antes do acidente. Jaimerson Rodrigo de Souza, 28 anos, funcionário de um posto de gasolina, foi surpreendido com o rapaz, que chegou ao estabelecimento embriagado e sem camisa, dirigindo um carro. “Ele chegou no posto em alta velocidade, cantando pneu e colocando o carro por cima da bomba de combustível”, conta a testemunha. Para amenizar a situação, Jaimerson foi até o rapaz, avisando que ele não poderia entrar no local sem estar vestindo uma blusa. Alterado e agressivo, ele saiu do posto em alta velocidade.

“Dez minutos depois ele volta com outro carro, de modelo Ford Ranger, acelerando e falando que iria pegar uma cerveja e não pagaria por ela”, relata o rapaz que chegou a questionar o motivo da atitude alterada, mas acabou sendo ameaçado com o carro pelo estudante. “Consegui pegar a bebida da mão e dele, e para voltar à loja de conveniência, precisava passar em frente ao carro. Foi quando ele acelerou em minha direção, com a intenção de passar por cima de mim”, destaca.

“Esse cara não pensa, não tem amor a vida de ninguém, nem a dele. O que ele fez comigo tentando me matar e 40 dias depois aparece essa situação na Tamarineira. Eu espero justiça. Cada um tem que pagar pelos erros que comete”, pontua a testemunha.

Relembre o caso

Desde 26 de novembro do ano passado, dia do acidente, o universitário está preso. Ele responde ao processo por triplo homicídio doloso (quando há intenção de matar) duplamente qualificado e por dupla tentativa de homicídio. A prisão aconteceu depois que João Victor, após ter ingerido bebida alcoólica, atravessou um sinal vermelho, em alta velocidade, e colidiu em um carro onde estavam cinco pessoas.

A advogada Maria Emília Guimarães da Motta Silveira, de 39 anos e a babá, Roseane Maria de Brito, de 23 anos, morreram na hora do acidente. Miguel Arruda da Motta Silveira Neto, de 3 anos, filho de Maria, chegou a ser socorrido e encaminhado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.

Sobreviveram ao acidente o marido de Maria Emília, Miguel Filho Motta Silveira, de 46 anos e a filha deles, Marcela Guimarães Motta Silveira, de 5 anos. Ambos tiveram ferimentos graves. João Victor chegou a ser socorrido e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá, na Zona Oeste do Recife.

Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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