DE OLHO EM 2022

Veja nos bastidores as vantagens e desvantagens dos possíveis candidatos a senador na chapa do PSB em 2022

Os três atuais senadores de Pernambuco, Fernando Bezerra, Humberto Costa (PT) e Jarbas Vasconcelos (MDB), foram eleitos no palanque do PSB, partido do governador Paulo Câmara.

Imagem do autor
Cadastrado por

José Matheus Santos

Publicado em 30/07/2021 às 13:47 | Atualizado em 30/07/2021 às 14:36
Notícia
X

Falta quase um ano para as convenções partidárias que definirão os candidatos nas eleições de 2022. Uma das vagas em disputa no pleito em Pernambuco será a de senador. Estará em jogo a vaga que atualmente é ocupada por Fernando Bezerra Coelho (MDB).

Os três atuais senadores de Pernambuco, Fernando Bezerra, Humberto Costa (PT) e Jarbas Vasconcelos (MDB), foram eleitos no palanque do PSB, partido do governador Paulo Câmara.

Esse número mostra, nos bastidores da política, a força do palanque do partido no estado. A legenda, por exemplo, é a que tem mais prefeitos no interior, que são alguns dos cabos eleitorais, e governa Pernambuco desde 2006. De 2010 para cá, elegeu governador e os senadores aliados nos respectivos pleitos.

Por isso, para 2022, a vaga de senador na chapa do PSB, que deverá ter o ex-prefeito do Recife Geraldo Julio como candidato a governador, é desejada por muitos.

São mais cotados para serem candidatos ao Senado os deputados federais André de Paula (PSD), Eduardo da Fonte (PP) e Silvio Costa Filho (Republicanos). Além disso, a depender se o PSB apoiar Lula (PT) ou Ciro Gomes (PDT) para presidente, a vaga pode ir para um petista ou pedetista. No caso do PDT, o nome mais cotado é o do deputado federal Wolney Queiroz. Entre os petistas, o deputado federal Carlos Veras (PT) e o deputado estadual João Paulo (PCdoB), que já selou a volta ao partido de Lula, são mencionados.

Também não está descartada a hipótese de uma nova aliança com o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), embora uma ala do PSB resista a apoiar o atual líder do governo Bolsonaro no Senado. Nessa hipótese, Miguel Coelho, prefeito de Petrolina, não seria candidato a governador, e Fernando tentaria a reeleição.

O governador Paulo Câmara, por sua vez, deverá disputar o cargo de deputado federal nas próximas eleições. Ele deverá renunciar ao governo em abril, e a vice Luciana Santos (PCdoB) assumiria por nove meses.

Diante disso, a reportagem do Blog preparou, com base em apurações com integrantes do PSB e de partidos aliados, os prós e contras que são citados sobre André de Paula, Eduardo da Fonte, Silvio Costa Filho e Wolney Queiroz, além do PT, nos bastidores da política local para poderem compor a chapa liderada pelo PSB, conhecida como "Frente Popular de Pernambuco".

PSD, André de Paula

GUSTAVO LIMA/CÂMARA DOS DEPUTADOS
2ª VICE André de Paula (PSD) pode substituir Lira eventualmente - GUSTAVO LIMA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Vantagem: o PSD, presidido nacionalmente pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, é próximo ao PSB. Inclusive, Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco, foi um dos que ajudou na fundação do PSD em 2012

Desvantagem: em eventual aliança do PSB com o PT, pode prejudicar André o fato de já ter sido filiado ao DEM e ao antigo PFL, adversários dos petistas

PP, Eduardo da Fonte

BETO OLIVEIRA/DIVULGAÇÃO
ALIADO Eduardo da Fonte quer Secretaria de Desenvolvimento Agrário - BETO OLIVEIRA/DIVULGAÇÃO

Vantagem: o PP é o partido com a segunda maior bancada da Assembleia Legislativa, comanda a Casa e é o terceiro com maior número de prefeitos em Pernambuco. Além disso, tem boa relação com o ex-presidente Lula, em caso do palanque do PSB apoiar a provável candidatura do petista à Presidência. Mesmo com o PP nacionalmente sendo aliado do presidente Jair Bolsonaro, a legenda costuma liberar os diretórios estaduais a decidirem sobre suas alianças locais.

Desvantagem: nos bastidores, uma ala do PSB teme que, se Eduardo da Fonte for eleito senador, ele rompa com o PSB e seja candidato a governador em 2026.

MDB, Fernando Bezerra Coelho

DIVULGAÇÃO
Bezerra classificou como "história sem pé e sem cabeça" a declaração policial militar Luiz Paulo Dominguetti de que teria recebido um pedido de propina do ex-diretor de Logística em Saúde do ministério, Roberto Ferreira Dias - DIVULGAÇÃO

Vantagem: se o cenário estiver complicado, uma aliança do PSB com o grupo dos Coelho "desarmaria" o palanque da oposição, avaliam alguns membros da sigla peesebista.

Desvantagem: é o atual líder do governo Bolsonaro no Senado, e pesquisas internas mostram que a rejeição ao presidente em Pernambuco é alta. Por sua vez, o PSB faz oposição a Bolsonaro.

Republicanos, Silvio Costa Filho

CLEIA VIANA/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Essa votação tem um simbolismo importante. É uma demonstração clara do compromisso do presidente Arthur Lira com a agenda das reformas no País. Também é uma sinalização é que estamos iniciando um novo padrão de diálogo com o Ministério da Economia e o governo federal", afirmou Silvio Costa Filho (Republicanos) - CLEIA VIANA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Vantagem: próximo ao prefeito do Recife, João Campos, desde 2019, quando ambos assumiram pela primeira vez o mandato de deputado federal. Além disso, o Republicanos é o partido que mais cresceu proporcionalmente em número de prefeitos em Pernambuco, passando de 1 para 15.

Desvantagem: voltou a ser aliado ao PSB em 2020, após sete anos na oposição, e outros partidos aliados ao PSB podem alegar a preferência para a vaga ao Senado por serem há mais tempo aliados do que Silvio Costa Filho.

PDT, Wolney Queiroz

CLAUDIO ANDRADE/C. DOS DEPUTADOS
COMANDO Wolney Queiroz vai comandar comissão provisória do Recife - CLAUDIO ANDRADE/C. DOS DEPUTADOS

Vantagem: é visto pelo PSB como leal. Em 2018, mesmo quando o PDT rompeu com o PSB para lançar Maurício Rands (PROS) como candidato a governador para fazer palanque para o então candidato a presidente Ciro Gomes, Wolney manteve o diálogo com o PSB, inclusive foi flagrado em campanhas eleitorais no interior com o adesivo de Paulo Câmara e em atos de campanha ao lado do governador, que disputava a reeleição.

Desvantagem: caso o PSB apoie o PT, de Lula, nacionalmente, ficará inviabilizada a postulação de Wolney ao Senado no provável palanque de Geraldo Julio. Isso porque o PDT já avisou publicamente que quer um palanque para Ciro Gomes em Pernambuco.

PT, Carlos Veras e João Paulo

DIVULGAÇÃO
Deputado federal Carlos Veras (PT) - DIVULGAÇÃO

EVANE MANÇO/ALEPE
"De volta às ruas: partidos de oposição (PT, PDT, PCdoB e PSOL), junto com centrais sindicais e movimentos populares, vão convocar a população para grandes manifestações contra Bolsonaro no dia 26 deste mês. Em todo o País", disse João Paulo no Twitter - EVANE MANÇO/ALEPE

Vantagem: o partido tem um dos maiores tempos de propaganda eleitoral no rádio e na televisão e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é considerado influente em parte do eleitorado pernambucano. O nome a ser escolhido, se for do PT, será provavelmente de um aliado do grupo do senador Humberto Costa no partido, que tem passado por rusgas internas recentemente. Inclusive, esse é um dos motivos pelos quais a deputada federal Marília Arraes, desafeta do PSB e adversária interna de Humberto no PT, não deverá ser candidata.

Desvantagem: o partido já tem um senador por Pernambuco, Humberto Costa, o que poderá levar a preferência a outros partidos aliados ao PSB. Além disso, o PT está sem nomes mostrando disposição internamente para ser candidato ao Senado, pelo menos no momento, mas os mais cotados são o ex-prefeito do Recife João Paulo e o deputado federal Carlos Veras, caso seja delegada a algum deles essa missão.

Tags

Autor