O atoleiro em que o Sport se encontra só faz aumentar. Além da saída de toda a diretoria de futebol e do erro no registro dos jogadores contratados, um novo problema toma conta do cotidiano do clube. A escalação irregular do zagueiro Pedro Henrique, noticiada pelo repórter da Rádio Jornal Antônio Gabriel, pode gerar uma perda de até 17 pontos para o Leão.
Veja o comentário de Maciel Junior na Rádio Jornal sobre a situação do Sport
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Isso porque antes de vir para o clube pernambucano, o atleta havia disputado cinco jogos pelo Internacional, contra Fortaleza, América-MG, Palmeiras, Corinthians e São Paulo. Além disso, ele foi punido com cartão amarelo mesmo estando no banco de reservas em outros dois confrontos - Juventude e Flamengo, tendo participado, portanto, de sete confrontos. O limite para transferências entre clubes da mesma divisão é de seis partidas.
O QUE DIZ A LEI
A legislação vigente sobre o tema está no artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que diz: "Incluir na equipe, ou fazer constar da súmula ou documento equivalente, atleta em situação irregular para participar da partida".
??????????| Pelo @SCInternacional, Pedro Henrique entrou em campo 5x na Série A e foi para o banco outras 9x. Em 2 desses jogos ele tomou amarelo: 12ª rodada (x Juventude) e 15ª rodada (x Flamengo). Isso caracteriza 7 jogos do atleta pelo Inter. Atuou irregular pelo @sportrecife. pic.twitter.com/iXtgJ69M1H
Após extrapolar o limite, atingindo sete partidas pelo Colorado, Pedro Henrique foi contratado pelo Sport em 19 de agosto. No rubro-negro, ele foi relacionado para cinco partidas - diante de Chapecoense, São Paulo, Athletico Paranaense, Atlético Mineiro e Fortaleza, tendo entrado em campo em quatro delas.
Por ter relacionado um jogador irregular por cinco vezes, o Sport, segundo o CBJD, perde três pontos para cada partida, chegando a 15. Soma-se a isso, a pontuação conquistada nesses jogos, dois empates contra Chape e Athletico Paranaense, totalizando, então, 17 pontos de punição. Coincidentemente, o mesmo número de tentos somados até o momento na Série A.
OPINIÃO ESPECIALIZADA
Para explicar sobre o assunto, a reportagem do Jornal do Commercio entrou em contato com o advogado especialista em direito esportivo, João Marcelo Neves.
"O regulamento específico fala em atuar seis partidas por um time, se atuar a sétima, não pode atuar por outra equipe na mesma competição. Para fins de contagem, considera-se participar efetivamente da partida, o que gera dúvida pelo cartão amarelo sofrido no banco de reservas. A lei realmente não fala em caso de cartão amarelo, mas o entendimento do diretor de competições da CBF, Manoel Flores, é de que passa a contar como partida quando o jogador é punido com cartão. Afinal, a punição é uma participação efetiva no jogo", explicou João Marcelo.
Apesar de todo o imbróglio, o Sport tem como montar uma defesa e evitar a perda de pontos. "A tese do Sport deve dizer que o regulamento do campeonato não fala da situação do cartão amarelo. É o que eu faria. Falar que o regulamento é omisso, nesse caso, não cabendo punição ao clube. Mas fazendo uma análise jurídica, os cartões no banco passam a fazer parte da contagem (pelo entendimento da CBF)", concluiu João Marcelo.
O QUE DIZ O CLUBE?
Para defender o clube neste caso, o presidente do Sport, Leonardo Lopes, contou, em entrevista coletiva nesta terça-feira, que designou advogados especialistas para averiguar o assunto.
"Acionamos os nossos advogados especialistas no Rio de Janeiro, para saber se há um conflito de normas no regulamento geral e no específico. Seria algo de proporções inimagináveis. Então por isso nossos advogados estão trabalhando para que se evite a perda de pontos na competição", disse o mandatário do Leão.