Técnico que esteve a frente do Santa Cruz na campanha do rebaixamento para a Série D do Campeonato Brasileiro, Roberto Fernandes falou, em entrevista à repórter Lilian Fonseca, da Rádio Jornal, sobre o arrependimento de ter vindo comandar a Cobra Coral na condição em que o clube se encontrava. O treinador exaltou o tamanho do Tricolor do Arruda, mas falou que o lado emocional se sobressaiu do racional na hora de aceitar o convite da diretoria do Santa Cruz.
"No momento que eu aceitei vir para o Santa Cruz, o meu momento profissional era muito positivo, e eu sabia que eu teria mercado na Série B. No entanto, pela grandeza do clube, pela sua tradição, pela oportunidade de tentar levar o Santa Cruz a um acesso, fez com que eu aceitasse", ressaltou.
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"Isso pesou, sem dúvida alguma, o lado emocional... Por eu conhecer Pernambuco, por eu conhecer a história do clube e por ter tentar resgatar uma temporada que já vinha bem difícil. Então esse foi o arrependimento. Não em dirigir o Santa Cruz. Porque dirigir o Santa Cruz, em qualquer divisão, pela grandeza e pelo tamanho da sua camisa, força do seu torcedor, é um orgulho para qualquer treinador. Agora, se eu avaliasse apenas racionalmente, e não deixasse, em nenhum momento, o sentimento de emoção se envolver no processo, eu não deveria ter assumido nenhuma equipe de Série C naquele momento que eu vivia", completou Roberto.
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O técnico descartou os problemas estrururais do clube como a principal culpada da campanha desastrosa do Santa Cruz na temporada. De acordo com Roberto, entre os clubes do Nordeste, a Cobra Coral ainda se equipara às maiores da região, apesar de estar atrás dos clubes que, hoje, disputam a Série A e B do Campeonato Brasileiro.
"A questão estrutural não é de agora e nem vai ser resolvido de hoje para amanhã. Isso é um processo. Se a gente for observar o Santa Cruz em relação aos seus principais concorrentes de camisa, o Santa Cruz é uma força do futebol nordestino. O Santa Cruz tem que ser comparado com o Vitória, com o Bahia, o Ceará, Fortaleza, Náutico, Sport, CRB, CSA. Hoje, ele está atrás, isso é inegável. E qualquer coisa diferente disso aí, é você querer ludibriar a realidade do futebol", disse.
"Porém, isso por si só, não é responsável pela campanha, porque muito pior foi o Altos. O Altos faltava campo para treinar, faltava coisas muito mais básicas. E com um time mais modesto, fez uma campanha melhor que a nossa e garantiu a permanência. Então não é uma coisa, são fatores de situações que fazem a diferença", concluiu o treinador.
Roberto Fernandes teve 24,44% de aproveitamento nessa segunda passagem pela Cobra Coral. No total, foram 15 jogos, 2 vitórias, 5 empates e 8 derrotas. Inicialmente, o técnico ficaria no clube coral para a disputa da Pré-Copa do Nordeste, que será realizada na segunda metade de outubro, mas acabou ficando fora dos planos da diretoria Tricolor.
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