Chegou ao fim na última quinta-feira a 19ª edição do Campeonato Brasileira na Era dos pontos corridos. Um formato que se consolidou por ter ganho musculatura financeira e distribuído objetivos até o final do ano. Neste ano, mesmo que o Atlético-MG tenha conquistado o título por antecipação, a última garantiu emoção pela disputa na vaga pela Libertadores e a fuga contra o rebaixamento. O formato de pontos corridos premia à regularidade, aos que têm fôlego financeiro. Fazendo um balanço geográfico, o Sudeste tem a supremacia nos títulos. O Nordeste oscila no papel de coadjuvante. E Pernambuco está ficando à margem.
Os títulos do Brasileirão de pontos corridos ficaram nas mãos dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Os paulistas estão na frente com 10 títulos. Os cariocas têm cinco, enquanto os mineiros somam quatro. O único clube de outra região que chegou bem perto de quebrar essa supremacia foi o Inter-RS. Em 2005, poderia ter sido campeão se não fosse a máfia do apito, que anulou jogos do Brasileirão que estariam com resultado manipulados. E no ano passado, o Colorado estava com a taça na mão até reta final da competição, quando foi ultrapassado pelo Flamengo.
Como ficam as séries A e B do Brasileirão para a temporada de 2022?
Os papões de títulos são Cruzeiro, São Paulo, Corinthians e Flamengo, com três títulos cada um. Só que o Tricolor paulista foi o único a comemorar em três anos consecutivos: 2006, 2007 e 2008. O Cruzeiro, que vai amarga disputar a Série B pelo terceiro ano consecutivo, é a equipe que somou mais pontos numa só edição. Em 2003, o time mineiro, que era dirigida por Vanderlei Luxemburgo, voou e atingiu à incrível marca dos 100 pontos, com um ataque arrasador, fazendo 102 gols. O Flamengo foi o campeão com menos pontos numa temporada. Em 2009, só chegou na liderança na última rodada, com 67 pontos, e levantou o troféu.
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NORTE/NORDESTE
Embora o Fortaleza tenha feito história no Brasileirão de 2021, ficando na quarta colocação, com 58 pontos, e garantido vaga na fase de grupos da Taça Libertadores, os clubes do Norte e Nordeste, de uma forma geral, não fazem um bom papel na história dos pontos corridos. Em quase todas as edições ao menos um clube das duas regiões foi rebaixado. Só nos anos de 2017, que contou com Sport, Vitória e Bahia, e 2020, com Ceará, Fortaleza, Sport e Bahia, que não houve rebaixamento.
A região Norte, infelizmente, sumiu do mapa da elite do futebol brasileiro há algum tempo. Apenas o Paysandu disputou, nos anos de 2003, 2004 e 2005. Nas duas primeiras edições, o Brasileirão era disputado por 24 clubes. O de 2005, por 22. O Papão foi rebaixado há 16 anos, ficando em penúltimo, com 41 pontos. Depois disso, nenhum clube do Norte entrou na disputa.
Hernanes fala do Sport em tom de despedida
Em Pernambuco, quem praticamente não dá as caras é o Santa Cruz. Nessas 19 edições, o Tricolor do Arruda só disputou duas. E em ambas foi rebaixado. Em 2006, foi o único representante do Estado na Série A. E ficou na lanterna, com apenas 28 pontos. Em 2016, somou 31 pontos, ficando na penúltima colocação, acima apenas do América-MG. Depois disso, o Santa Cruz desceu a escadinha e amarga a Série D.
O Sport é o time do Estado que disputou mais vezes o Brasileirão dos pontos corridos. Foram 11 edições. Em 2015, fez a melhor campanha: chegou na sexta colocação, com 59 pontos. Pontuação maior do que a do Fortaleza, na atual temporada, no entanto, o Leão pernambucano não fisgou a vaga na Libertadores. No total, o Leão somou 500 pontos.
O Náutico, que deu a impressão que voltaria à elite em 2022, decepcionou. Não disputa a Série A desde 2013, quando terminou a competição na lanterna, com 20 pontos. No total, foram cinco participações na Série A, somando 200 pontos. Sua melhor colocação foi a 12ª colocação, em 2012.